Mas que sobrinhos!
Alckmin, Lula, Delfim, Jovair. O que os quatro têm em comum? Gentis sobrinhos em notícias sobre gordos roubos de dinheiro público.
É um sobrinho atrás do outro aparecendo em denúncias e investigações de corrupção.
Só este mês, já vi ou revi o nome de ao menos cinco (5!) sobrinhos de altos caciques da política envolvidos em investigações de gordos roubos de dinheiro público, sendo o de Geraldo Alckmin o mais recente.
No dia 9, o sobrinho de Delfim Netto, Luiz Appolonio Neto, foi um dos alvos da operação Buona Fortuna.
Como bem lembrou Silvio Navarro em seu blog aqui na Veja, https://gutenberg.veja.abril.com.br/blog/holofote/o-sobrinho-de-delfim/, o moço é antigo apadrinhado do ex-governador Fleury e do deputado Roberto Jefferson, já ocupou vários cargos públicos, e há dois anos apareceu em denúncias da Lava Jato.
O sobrinho de Lula, Taiguara, é réu junto com o tio. São acusados de lavagem de dinheiro e tráfico de influência, via Angola, a partir da delação da Odebrecht.
Por ordem da segunda instância do Distrito Federal, o processo teria saído das mãos do juiz Vallisney de Oliveira para as de uma nova vara, comandada pelo juiz que mandou soltar Joesley Batista.
Mediante protestos, um dos processos em que Lula é réu voltou para Vallisney (o dos caças suecos), mas não está claro se esse fica na nova vara ou se volta para a original.
Sobrinhos 3 e 4: Leonardo e Rogério, de Jovair Arantes, líder do PTB na Câmara. O primeiro é secretário-executivo do Ministério do Trabalho, o segundo, diretor do Incra.
Aparecem em gravações sobre pagamento de propina em troca de registros sindicais:
https://gutenberg.veja.abril.com.br/politica/ptb-silencia-sobre-envolvimento-de-jovair-em-propina-no-trabalho/
Agora, um quinto sobrinho, Othon, do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vai ser investigado pelo Ministério Público.
Suspeita: favorecimento do consórcio que ele representava na concessão de cinco aeroportos no interior do Estado.
Data da licitação: julho de 2017.
https://m.oglobo.globo.com/brasil/mp-investiga-atuacao-de-sobrinho-de-alckmin-em-contrato-de-aeroportos-22500459