Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Imagem Blog

Maílson da Nóbrega

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
Continua após publicidade

Como o Brasil virou uma das economias mais fechadas do mundo

O protecionismo nacional vem de longe, mas piorou no governo Geisel e retornou com força nas administrações do PT. Chegou a hora de mudar

Por Maílson da Nóbrega 8 mar 2018, 18h36

A ideia de que um país deve proteger a indústria nascente existe há pelo menos 230 anos. Ela foi a base inicial da indústria manufatureira americana, decorrente da ação do primeiro secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Alexander Hamilton.

A agricultura americana resistiu, temendo o aumento dos preços dos insumos, mas, depois de batalhas no Congresso, o plano foi aprovado. É o que se vê da biografia do secretário do Tesouro, escrita por Ron Chernow (Alexander Hamilton, Penguin Books, 2004). Hamilton percebia que a proteção à indústria penalizaria outros setores e por isso dizia que a medida deveria ser temporária e submetida oportunamente a avaliações.

No Brasil, as primeiras ações protecionistas em favor da indústria surgiram no início do século XX, prosseguiram no período Vargas e se ampliaram no governo de Juscelino Kubitschek. Novos lances ocorreram no governo Geisel.

As duas crises do petróleo (1973 e 1979) justificaram medidas para enfrentar o déficit no balanço de pagamentos. O arsenal incluiu elevação das tarifas de importação (algumas para mais de 200%), restrições às importações e proibição para importar de certos itens. Nos anos 1980, com a crise da dívida externa, vieram novas medidas contra as importações. No fim desse ciclo, o Brasil tornou-se uma das mais fechadas economias do mundo.

Disso tudo apareceram inúmeros focos de ineficiência. O sistema tarifário tornou-se disfuncional. Surgiram altos custos ao longo da cadeia produtiva. Caiu a competividade dos produtos brasileiros. A produtividade começou a reduzir-se.

Continua após a publicidade

Ainda na década de 80, vários estudos mostraram que o excessivo protecionismo prejudicava o esforço de elevar as exportações para reduzir o déficit externo. A elevação do custo de máquinas, equipamentos e bens intermediários reduzia a capacidade da indústria de competir no mercado exterior. Era preciso, pois, abrir a economia.

As primeiras medidas foram adotadas no governo Sarney, centradas em ampla revisão tarifária e na liberação da proibição de importações. O processo foi intensificado no Governo Collor e continuou no de Itamar Franco.

O retrocesso começou no primeiro mandato de FHC, em resposta aos efeitos, aqui, da crise financeira do México (1994). Na administração do PT, particularmente após a saída do ministro da Fazenda Antonio Palocci (2005), intensificou-se o caminho de volta ao protecionismo excessivo, o que piorou muito no governo Dilma. Medidas como as de proteção à indústria automobilística, de apoio a uma indústria naval pouco competitiva e regras de conteúdo mínimo levaram o Brasil de volta às políticas da era Geisel.

Chegou a hora de mudar. Em próximo post, mostrarei por que o futuro do país depende, entre outros fatores, de forte e corajosa abertura da economia.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

2 meses por 8,00
(equivalente a 4,00/mês)

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.