A busca por petróleo na Amazônia tem novos aliados: Mercadante e o BNDES
Presidente do banco público disse nesta terça-feira que a exploração pela Petrobras da chamada Margem Equatorial será apoiada pelo órgão que comanda

A exploração de petróleo na bacia da foz do Rio Amazonas, que dividiu o governo Lula, ganhou mais um aliado: o presidente do BNDES, Aloizo Mercadante, que em evento nesta terça-feira, 20, em comemoração aos 71 anos do banco público, disse que a instituição vai apoiar o projeto. “O BNDES vai discutir essa questão da Margem Equatorial, como preservar o meio ambiente e o desafio desse segundo pré-sal”, disse no discurso de abertura.
A polêmica cresceu depois que o Ibama negou em maio a concessão de uma licença ambiental para a Petrobras fazer a perfuração que apontaria se há ou não potencial para explorar petróleo na região. A licença foi negada pelo presidente do órgão, Rodrigo Agostinho, com base em um parecer assinado por dez técnicos, que defenderam que a Petrobras não apresentou as garantias ambientais necessárias para obter a autorização.
A decisão do Ibama foi apoiada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a quem o órgão é subordinado, mas desagradou a outros representantes do governo, como o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o próprio presidente Lula, que sinalizou que achava possível, sim, explorar petróleo na região.
Após uma reunião no Palácio do Planalto, mediada pelo ministro Rui Costa (Casa Civil), ficou decidido que a Petrobras apresentaria novo pedido de licença, com dados complementares, o que já foi feito. O Ibama tem até um ano para emitir nova decisão.
No evento do BNDES, Mercadante repetiu um argumento da Petrobras de que é preciso fazer uma perfuração inicial para saber se a exploração é viável. “A broca precisa bater no óleo, precisa perfurar para saber”, disse. E emendou com outro argumento bastante usado pela petrolífera. “A Petrobras nunca teve um acidente em relação à prospecção. Nós temos muito mais tecnologia do que tínhamos na época do pré-sal”, afirmou.