A operação da Polícia Federal realizada nesta quinta-feira, 18, contra o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição ao governo Lula, gerou forte repercussão negativa entre parlamentares oposicionistas. Pelas redes sociais, diversos bolsonaristas do Congresso manifestaram solidariedade ao colega e repúdio às buscas conduzidas por agentes na casa do deputado, que é suspeito de participar da articulação dos atentados de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes, em Brasília.
Algumas manifestações de apoio a Jordy vieram dos três filhos de Jair Bolsonaro que hoje atuam como parlamentares. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) chamou a ação policial de “perseguição política combinada com sorriso de vingança”, criticando os “inquéritos ilegais” conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) — ele é relator das investigações que apuram responsáveis e financiadores pela destruição no 8 de janeiro.
https://twitter.com/FlavioBolsonaro/status/1747966219758489742
Por sua vez, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), do Rio de Janeiro, afirmou que “ignora-se solenemente a Constituição” na operação contra Jordy e expressou solidariedade a ele e sua família, que estavam em casa durante a ação da PF.
https://twitter.com/CarlosBolsonaro/status/1747971991531917564
Outros bolsonaristas que saíram em defesa de Jordy no X (antigo Twitter) incluem o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, e os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Ubiratan Sanderson (PL-RS), Bia Kicis (PL-DF), Bibo Nunes (PL-RS), Filipe Barros (PL-PR), Junio Amaral (PL-MG) e Luiz Phillipe de Orleans (PL-SP).
As manifestações dos parlamentares vão desde questionamentos à legitimidade da operação e acusações de “abuso de poder” até a caracterização da PF como “Gestapo lulopetista” — alusão à polícia secreta nazista que perseguia opositores do regime de Adolf Hitler.
https://twitter.com/Biakicis/status/1747940345780797855
https://twitter.com/filipebarrost/status/1747966949579977140
https://twitter.com/bibonunes1/status/1747960096196272266
https://twitter.com/rogeriosmarinho/status/1747957993423970326
https://twitter.com/DepSanderson/status/1747942091248828504
https://twitter.com/lpbragancabr/status/1747970962551628107
https://twitter.com/nikolas_dm/status/1747941148465762451
https://twitter.com/cabojunioamaral/status/1747951374451544395
Entenda o caso
Carlos Jordy foi alvo da Polícia Federal nas primeiras horas desta quinta-feira no âmbito da Operação Lesa Pátria, que apura articuladores, financiadores e incitadores da tentativa de golpe de Estado ocorrida em 8 de janeiro, em Brasília. Além da casa do parlamentar, os agentes também realizaram buscas no gabinete do deputado na Câmara.
O bolsonarista é investigado por supostas mensagens trocadas em grupos de apoio às manifestações violentas na capital federal, sendo ainda interlocutor de apoiadores de Jair Bolsonaro que montaram acampamentos em frente a quartéis do Exército no final do ano passado e fizeram apelos por intervenção militar no Estado brasileiro.
Em publicação nas redes sociais, Jordy chamou a operação de “ditadura”, negou ter apoiado as ações de depredação dos prédios dos Três Poderes e alegou estar sendo perseguido por ser pré-candidato à Prefeitura de Niterói nas eleições municipais de 2024.