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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Agendas vazias e perda de apoio: a melancólica estreia eleitoral de Datena

Considerado um candidato com potencial na disputa paulistana, o apresentador sofre com a falta de público, de votos e de padrinhos políticos

Por Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 ago 2024, 14h35 - Publicado em 29 ago 2024, 14h00

Passada quase uma semana desde o início do período oficial de campanha, o apresentador José Luiz Datena (PSDB), candidato à prefeitura de São Paulo, amarga uma estreia melancólica em disputas eleitorais.

O apresentador licenciado do programa Brasil Urgente, da Band, que no mês passado despontava como um potencial candidato a “roubar” votos dos então favoritos Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), hoje vê seu desempenho derreter nas pesquisas, em meio a uma mambembe agenda de compromissos na capital paulista.

Na última quarta-feira, 28, Datena irritou-se ao chegar para uma visita ao Mercado de Pinheiros e encontrar o local praticamente vazio. “Vocês estão de brincadeira?”, questionou organizadores da campanha. “A gente tem ido em locais que tem muita gente, aqui não tem quase ninguém”, emendou aos jornalistas presentes.

Em 19 de agosto, data do debate de VEJA com os candidatos à prefeitura paulistana, Datena — um dos três postulantes que faltaram ao compromisso (os outros foram Nunes e Boulos) — participou de um ato igualmente esvaziado na Zona Leste. Outros compromissos incluíram uma caminhada na Zona Norte, visita a um hospital da Zona Sul e entrevistas a portais de notícias.

Um dos primeiros sinais de arrefecimento da promessa de ser uma figura competitiva e arrojada aconteceu pouco mais de uma semana antes, no debate promovida pela Band, a sua emissora. O tucano foi pouco incisivo nas respostas e nas perguntas aos adversários e gaguejou ao ser questionado pelos entrevistadores — depois, chegou a pedir desculpas pelo seu desempenho.

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Ao contrário de Boulos, que reuniu em um só palanque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma claque de ministros do primeiro escalão do governo, e de Pablo Marçal (PRTB), que conta com um aguerrido exército digital e o apoio de importantes nomes da direita, Datena parece ainda não ter um público e nem uma estratégia para chamar de seus. Os principais “patrocinadores” de sua candidatura, os caciques Aécio Neves e o presidente do partido, Marconi Perillo, ainda não estiveram com o apresentador em compromissos públicos na capital e têm pouca ascendência sobre o eleitor paulistano.

Tudo isso é refletido nas pesquisas. A Genial/Quaest divulgada no final de julho mostrava um tríplice empate de Datena com Boulos e Nunes com 19% — crescimento de 2 pontos percentuais em relação à sondagem anterior, de junho, e um aumento da popularidade entre o eleitorado de direita e também entre a população mais pobre. Nova pesquisa divulgada pela Quaest na quarta-feira, 28, mostrou uma derrocada: Datena despencou 7 pontos, chegando aos 12%.

A queda do candidato, principalmente em razão da ascensão de Marçal, também foi detectada em outros levantamentos, como os do Paraná Pesquisas, Datafolha e AtlasIntel.

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