Após a sua filiação ao PSB nesta quarta-feira, 23, o ex-governador Geraldo Alckmin, que deu sinais claros de que será candidato a vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, evitou comentar as propostas do petista de, caso eleito para um terceiro mandato, revogar a reforma trabalhista e o teto de gastos. “Não posso falar em nome do presidente Lula, mas a história dele é a história do debate, da busca do entendimento. Não tenho dúvida de que, nas grandes decisões, ele vai buscar ouvir, dialogar”, disse a jornalistas.
O possível vice de Lula ainda defendeu o legado dos governos do petista nas áreas fiscal e econômica. “Se há exemplo de responsabilidade fiscal é o governo do presidente Lula”, afirmou, acrescentando que o antigo adversário nos anos 2000 conseguiu melhorar a relação dívida pública/PIB.
O ex-governador também evitou se posicionar sobre as divergências em São Paulo entre o PSB, que quer lançar Márcio França ao governo, e o PT, que defende o nome de Fernando Haddad. Questionado sobre quem dos dois irá apoiar ou se defende que as siglas cheguem a um consenso para uma candidatura única, Alckmin disse apenas que “essa é uma conversa partidária”. “Há locais em que PT e PSB vão se apoiar reciprocamente, há locais em que vão disputar legitimamente”, afirmou. Ele acrescentou, no entanto, que “Márcio França tem todas as condições de ser candidato a governador, e pontua muito bem nas pesquisas”.
Sobre a sua provável aliança com Lula, que surpreendeu os eleitores mais conservadores de São Paulo que costumavam lhe dar votos, Alckmin disse que “política é convencimento” e anunciou que vai começar a viajar para “explicar, convencer” esse público. “Muitos veem com entusiasmo, outros nós vamos conquistando. Então, é uma tarefa”, afirmou.