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Aliado de Bolsonaro, Skaf tenta ‘carona’ em decisão que beneficiou Lula

Ex-presidente da Fiesp é alvo de processo na Justiça Eleitoral de SP com base em provas apresentadas pela Odebrecht e anuladas por Lewandowski

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 nov 2022, 15h21

Alvo de um processo na Justiça Eleitoral de São Paulo por supostos crimes de corrupção passiva, caixa dois e lavagem de dinheiro, o ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) Paulo Skaf tenta derrubar a ação por meio de um pedido ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF). Aliado do presidente Jair Bolsonaro, Skaf é mais um a tentar “carona” em uma decisão que beneficiou o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Skaf apelou a Lewandowski requerendo que ele estenda ao seu caso o entendimento favorável a Lula de que são imprestáveis judicialmente as provas apresentadas pela Odebrecht em seu acordo de leniência. Segundo o Ministério Público, Skaf recebeu 5,1 milhões de reais da empreiteira baiana em sua campanha a governador de São Paulo em 2014, não declarados à Justiça Eleitoral.

O repasse teria sido acertado em um célebre jantar no Palácio do Jaburu, em Brasília, em maio de 2014, do qual participaram Marcelo Odebrecht e o lobista Cláudio Melo Filho, da empreiteira, e o então vice-presidente Michel Temer (MDB) e o ex-deputado Eliseu Padilha. O encontro foi amplamente relatado nas delações premiadas de Marcelo e Melo Filho.

Os advogados de Paulo Skaf argumentam, no entanto, que a denúncia apresentada contra ele e aceita pela Justiça Eleitoral estão baseados em provas apresentadas pela Odebrecht a partir dos dois sistemas de informática que a construtora usava para gerir pagamentos ilícitos no seu notório “departamento de propinas”, o Drousys e o MyWebDay, consideradas provas ilícitas por Lewandowski.

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O pedido de Skaf ao ministro lembra decisões recentes dele que atenderam a solicitações semelhantes feitas pelo empresário Walter Faria, do Grupo Petrópolis, que fabrica a cerveja Itaipava, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD).

Filiado ao Republicanos, o ex-presidente da Fiesp chegou a ser cotado para disputar o Senado na chapa encabeçada pelo governador eleito de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), mas o escolhido acabou sendo o ex-ministro e senador eleito Marcos Pontes (PL).

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