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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Anielle confirma ter sido vítima de assédio sexual de Silvio Almeida

Confirmação foi feita em reunião com quatro ministros: Jorge Messias (AGU), Vinícius Carvalho (CGU), Esther Dweck (Gestão) e Cida Gonçalves (Mulheres)

Por Valmar Hupsel Filho Atualizado em 6 set 2024, 18h23 - Publicado em 6 set 2024, 18h05

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, confirmou nesta sexta-feira, 6, a quatro outros integrantes do primeiro escalão do governo Lula ter sido vítima de assédio sexual por parte do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. A confirmação foi feita em reunião no Palácio do Planalto aos ministros da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, e Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Carvalho, além das ministras Esther Dweck (Gestão) e Cida Gonçalves (Mulheres).

Na quinta-feira, 5, o portal Metrópoles revelou a existência de denúncias feitas à ONG Mee Too Brasil por ao menos catorze mulheres, entre elas Anielle, que teriam sido vítimas de assédio por parte de Almeida. Em vídeo publicado nas redes sociais, o ministro negou as acusações e disse ser vítima de uma ação orquestrada para prejudicá-lo.

Em nota divulgada pelo Ministério dos Direitos Humanos, Almeida rebateu as acusações. “Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país”, disse.

Crise no governo

O episódio gerou uma crise interna no governo. Em entrevista nesta sexta-feira, Lula indicou que a permanência de Silvio Almeida no governo ficou insustentável. “Ninguém que cometeu assédio pode ficar no governo”, disse o presidente, entre ressalvas de que o ministro tem direito à ampla defesa.

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, afirmou que a corporação vai abrir inquérito para apurar o fato. A Comissão de Ética da Presidência abriu procedimento preliminar para pedir explicações ao ministro. 

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Durante o dia, Anielle recebeu apoio da primeira-dama, Janja, e de outros ministros. Janja publicou uma foto nas redes sociais em que beija a testa de Anielle. A imagem não era acompanhada de legenda. Enquanto o governo sangra em praça pública, a oposição explora politicamente o episódio nas redes sociais.

Nova vítima

Na tarde desta sexta-feira, uma nova suposta vítima se manifestou publicamente. A professora Isabel Rodrigues, que é candidata pelo PSB a vereadora pela cidade de Santo André, na Grande São Paulo, publicou um vídeo nas redes sociais em que acusa Almeida de assédio.

Segundo Isabel, ele teria tocado suas partes íntimas sem seu consentimento durante um evento em São Paulo, há cerca de cinco anos. O vídeo aumentou a pressão contra Almeida porque, até então, nenhuma das supostas vítimas havia se manifestado publicamente.

Lula deve se reunir ainda nesta sexta-feira, primeiro com Anielle e, depois com Almeida. No governo há a expectativa de que o ministro deixe o cargo ainda nesta sexta-feira. Lula espera um pedido de demissão, mas Almeida resiste, segundo interlocutores.

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