Após chuva e ventos, 80 mil estão sem energia há quase 20 horas em SP
Capital e município de Santo André foram os mais afetados pela tempestade, diz Enel
Em São Paulo, cerca de 80 mil pessoas estão sem energia elétrica desde a tarde de segunda-feira, 8, após a ocorrência de fortes chuvas na capital paulista. De acordo com a Enel, concessionária do serviço no município, as rajadas de vento chegaram a atingir 76 quilômetros por hora, causando a queda de árvores e galhos sobre a rede de transmissão.
A concessionária informou que as áreas mais atingidas no momento são Moema, Vila Nova Conceição e Planalto Paulista, na Zona Sul da cidade, que estão há quase 20 horas sem luz — a interrupção atingiu também os bairros Jardim Paulista, Jabaquara, Vila Mariana, Pedreira, Pirituba, Centro e Itaquera, além do município de Santo André. O fornecimento, segundo a companhia, já foi restabelecido em 81% das unidades afetadas.
Ainda de acordo com a Enel São Paulo, mais de 800 equipes estão trabalhando desde ontem para remover os galhos da rede elétrica e regularizar a situação, ainda sem previsão de normalização total.
Interrupções constantes
Nos últimos meses, a Enel tem recebido reclamações frequentes em São Paulo devido às constantes quedas de energia em dias chuvosos. A crise escalou em novembro do ano passado, quando fortes tempestades deixaram 2,1 milhões de moradores sem luz em todo o estado — em alguns locais, a companhia levou mais de sete dias para restaurar o fornecimento.
Entre maio e dezembro do ano passado, a empresa foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para apurar irregularidades na prestação dos serviços. No relatório final, os deputados estaduais concluíram que houve negligência e ineficiência nas ações da Enel desde 2018, quando assumiu a operação da antiga Eletropaulo.
Além da CPI estadual, outra comissão que apura a falta de qualidade nos serviços da Enel está em andamento na Câmara Municipal de São Paulo. A concessionária é, ainda, alvo de um processo administrativo pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça, desde dezembro de 2023.