Nos últimos dias, a Argentina vem enfrentando a mais grave crise de escassez de gasolina dos últimos treze anos. Vídeos publicados nas redes sociais desde a última sexta-feira, 27, mostram filas intermináveis de carros diante dos postos de combustíveis – com as bombas vazias, diversos estabelecimentos estão fechados por falta de condições de abastecer os veículos.
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Diante da crise, o ministro da Economia e candidato presidencial do governo, Sergio Massa, ameaçou proibir as petrolíferas de exportarem gasolina se a situação não for resolvida até amanhã, terça, 31 – quando termina o período de congelamento dos preços de combustíveis iniciado em agosto. “O petróleo argentino pertence, primeiro, aos argentinos”, disse Massa a jornalistas no último domingo, 29.
Ainda de acordo com o ministro da Economia, a falta de combustível nas bombas é resultado de um pico de demanda no final de semana retrasado, quando o consumo de gasolina cresceu 15%, puxado pelo turismo, em relação ao mesmo período de 2022. Ele também atribuiu a culpa às petrolíferas que estavam segurando o fornecimento, apostando que haveria uma desvalorização artificial do câmbio pelo governo.
A escassez de gasolina é mais um desafio enfrentado pela gestão de Alberto Fernández às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais, em 19 de novembro, que será disputado entre Massa e o candidato de oposição, o político de direita Javier Milei. O país vive hoje uma grave recessão econômica com a disparada da inflação acima de 138% ao ano, escassez de dólares e queda acentuada do peso argentino.
Como a disputa do segundo turno promete ser bastante apertada entre Massa e Milei, as filas enormes nos postos de gasolina devem se tornar um combustível explosivo para ser explorado pela oposição contra o candidato peronista.