Artistas criam samba ‘Xô, vampirão’ para pedir a saída de Temer
‘Vampirão ficou maluco, se segura no poder, ele não vai me enganar, nem vai enganar você’, diz letra criada na casa de Caetano, com políticos e artistas
“Vampirão ficou maluco / se segura no poder / ele não vai me enganar / nem vai enganar você”, dizem os versos do samba improvisado em um apartamento em Ipanema, no Rio de Janeiro, puxado pelos sambistas Mosquito e Xande de Pilares e ecoado por um animado grupo.
O vampirão, no caso, é o presidente Michel Temer (PMDB). O apartamento é da produtora Paula Lavigne e do músico Caetano Veloso. O animado grupo inclui os atores Lúcio Mauro Filho e Letícia Sabatella, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ).
O apartamento, que virou uma espécie de “QG das Diretas” já durante o primeiro ato para pedir eleições no caso de afastamento de Temer, em 28 de maio, na praia de Copacabana. À época, Randolfe já havia sido filmado no apartamento ao lado de Paula e Caetano explicando a artistas como o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, estava sendo pressionado.
Agora, em reunião ocorrida na sexta-feira, dia 23, eles criaram dois sambas para pedir a saída de Temer e a convocação de eleições diretas. “Então vamos gritar / xô, vampirão / vamos faturar / xô, vampirão / diretas já / xô, vampirão”, canta Xande de Pilares. Em seguida, Lúcio Mauro Filho canta “Vampirão foi lá pra Rússia / Mas ninguém atenção / Vladimir ficou Putin / e gritou xô, vampirão”, uma referência à malsucedida visita de Temer à Rússia nesta semana.
Letícia Sabatella, que participou de atos contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT), engatou: “Eu queria entender se existe uma razão / que sustente a hipocrisia / amedrontando a nação/ se existe um argumento que impeça os cidadãos / de dizer com toda a força: ‘fora daí, vampirão!’”.
O outro samba, intitulado “513, Fora Temer”, é uma referência ao número de deputados federais que vão decidir se aceitam ou não a denúncia de Janot contra Temer por corrupção passiva no processo relativo ao escândalo da JBS.
“Porque eu sou apartidário / presidente criminoso não vai me fazer de otário /quem não gosta de meu verso / vá para a ponte que partiu / eu não sou de lado nenhum / eu sou do lado do Brasil”, canta o sambista Mosquito.