Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99

Maquiavel

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Áudios vazados e derrotas em série: Bolsonaro tem um dia para esquecer

Presidente viu conversas suas com Bebianno serem reveladas por VEJA, sofreu 1º revés na Câmara e foi derrotado por Wyllys e Maria do Rosário na Justiça

Por José Benedito da Silva Atualizado em 19 fev 2019, 23h16 - Publicado em 19 fev 2019, 20h07
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O presidente Jair Bolsonaro vai dormir com a cabeça quente nesta terça-feira, 19 de fevereiro, 50° dia de seu já tumultuado mandato – foi uma dura derrota atrás da outra.

    A principal delas foi a divulgação por VEJA dos áudios das conversas que teve com o ex-ministro Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência), nas quais fica claro que o presidente mentiu ao dizer que não havia conversado com o ex-auxiliar, envolvido no escândalo do laranjal do PSL.

    Outra derrota preocupante foi no Congresso. O plenário da Câmara aprovou projeto que susta os efeitos do decreto editado pelo vice-presidente Hamilton Mourão no exercício da Presidência, que alterou as regras da Lei de Acesso à Informação e ampliou o número de funcionários do governo que podem decretar sigilo sobre um documento.

    E o revés foi por ampla margem. Foram 367 votos a favor da aprovação da urgência, 57 contrários e três abstenções. Apenas o PSL, partido do presidente, orientou o voto contra o projeto. Foi a primeira derrota do governo na Câmara dos Deputados. O tamanho da derrota governista era tão evidente que a votação em si do projeto foi feita de forma simbólica.

    Wyllys e Rosário

    Mas o que mais teve ter doído na alma do presidente foram duras derrotas na Justiça para dois arquirrivais políticos, odiados pelo bolsonarismo: a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) e o ex-deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ).

    Continua após a publicidade

    O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, rejeitou um recurso do presidente e manteve a condenação por danos morais imposta pela Justiça para que ele pague uma multa de 10 mil reais por ofensas contra a deputada por um episódio que foi amplamente utilizado na última campanha presidencial.

    Em 2014, Bolsonaro disse que não estupraria Maria do Rosário pois ela não mereceria, “porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar, porque não merece”.

    No recurso apresentado ao STF, a defesa de Bolsonaro argumentou que a decisão de primeira instância contrariou o princípio da imunidade parlamentar, em razão do “antagonismo ideológico” dos parlamentares. Mas Marco Aurélio afirmou em sua decisão que a prerrogativa prevista na Constituição não se encaixa nas situações de esfera civil, como uma reparação por danos morais.

    Para piorar, Marco Aurélio manteve a determinação para que o presidente publique uma retratação em jornal de grande circulação, em sua página oficial no Facebook e em sua página no YouTube.

    E fechando o dia ruim, o site Consultor Jurídico (Conjur) divulgou que a 47ª Vara Civil do Rio de Janeiro negou indenização a Bolsonaro por Jean Wyllys tê-lo chamado, em entrevista ao jornal cearense O Povo, de “racista”, “corrupto”, “canalha”, “nepotista”, “desqualificado”, “burro”, “ignorante”, “fascista”, “desonesto” e “boquirroto”.

    Bolsonaro alegou que as ofensas configuraram calúnia, injúria e difamação porque foram proferidas fora da Câmara e pediu indenização de R$ 20 mil.

    A juíza Marcia Correia Hollanda decidiu, no entanto – ainda segundo o Conjur -, que Wyllys e Bolsonaro são “antagonistas políticos, com posições absolutamente diversas sobre vários temas da sociedade brasileira”. Segundo ela, a entrevista não se destinou a apenas atacar o capitão reformado do Exército, mas também a avaliar temas como a reforma da Previdência, violência e economia. “Foi feita uma abordagem da conjuntura política nacional e da sociedade brasileira, com o viés ideológico do então deputado no exercício de seu mandato”, concluiu.

    Continua após a publicidade

    Ela também citou jurisprudência do STF, que já decidiu que a garantia constitucional da imunidade parlamentar abrange a exteriorização de opiniões através de entrevistas. E isso inclui ofensas proferidas por um parlamentar a um rival ideológico ou partidário.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.