O chefe da Seção de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, brigadeiro Marcelo Moreno, da Força Aérea Brasileira (FAB), afirmou nesta sexta-feira, 9, que não houve comunicação de emergência entre a aeronave que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, e as torres de controle. O brigadeiro destacou, porém, que todas as informações são “muito prematuras” e demandam mais apurações.
“Não houve comunicação por parte da aeronave com órgãos de controle se haveria uma emergência”, do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em Brasília.
O voo, que saiu de Cascavel às 11h46, manteve comunicação normal até as 13h20, segundo nota da FAB. A partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas e perdeu o contato radar às 13h22. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) informou que a aeronave foi encontrada acidentada, em um condomínio residencial às 13h26. O avião tinha 57 passageiros e quatro tripulantes a bordo. Todos morreram.
O brigadeiro Marcelo Moreno informou que vai se deslocar para São Paulo na noite desta sexta-feira. O comandante da FAB, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno já estava em deslocamento. Moreno deve retornar a Brasília para analisar o material coletado no local da queda. A capital federal tem um dos dois laboratórios do hemisfério sul capazes de extrair dados de caixas-pretas — tanto o gravador de vozes, quanto o gravador de dados.
O brigadeiro alertou, porém, que há a possibilidade dos equipamentos terem sido danificados pelo incêndio causado pela queda da aeronave. Neste caso, a FAB precisará acionar agências internacionais. O Cenipa tem parceria com agências de investigação da França, Canadá e Estados Unidos e pode ainda acionar o fabricante dos equipamentos.
Aeronave estava regular, diz Anac
Na entrevista coletiva, o diretor da Agência Nacional de Aviação Civil Luiz Ricardo de Souza Nascimento informou que a Voepass é uma empresa de transporte regular de passageiros e o avião estava de acordo com as normas de voo.
“A aeronave estava regular com todas as condições de aeronavegabilidade”, afirmou Nascimento. “Nós temos, sim, a rastreabilidade desde que (a aeronave) foi construída antes de entrar no Brasil. E, depois que entrou no Brasil, aí sim, com a fiscalização da Anac. Isso será levantado e será prestado na investigação que está sendo conduzida pelo Cenipa”.
A investigação do Cenipa não busca encontrar culpados, nem responsáveis pela queda. Esse papel é cumprido pelo trabalho das polícias federal e estaduais. O órgão da Força Aérea Brasileira apura os motivos dos acidentes para prevenir outros eventos trágicos e elaborar novas recomendações para os voos.