Boicote a produtos russos durante a guerra: sobrou até para o estrogonofe
Estabelecimentos brasileiros começaram a reagir de forma folclórica aos horrores da batalha promovida por Putin
Há pessoas levando ao extremo a onda de boicote econômico à Rússia devido à invasão da Ucrânia — e bota radicalismo nisso aí. No Brasil, sobrou até para o estrogonofe. Sim, isso mesmo. No Bar da Dona Onça, na região central de São Paulo, a chef Janaína Rueda tirou o prato do cardápio nesta terça-feira (8) em protesto às agressões de Putin. Em meio aos horrores da atual guerra, parece ter ficado em segundo plano o fato de que a origem do prato ainda esteja cercada de controvérsias (os franceses garantem até hoje que ele foi inspirado numa receita deles). Segundo a versão mais aceita, porém, o estrogonofe é, sim, de origem russa. Ele teria sido criado a pedido do Conde Grigory Stroganov por volta dos anos 1700s.
O mundo da coquetelaria também entrou na mesma guerra. No Itaim, badalado bairro paulistano, os bares Levels Lounge Bar e do Vaca Véia boicotaram o tradicional drink Moscow Mule, que mistura vodca, gengibre e limão. Nesse caso, no entanto, a represália foi mais leve, digamos assim. A bebida teve o nome alterado para Kiev Mule, em homenagem à capital ucraniana.
A vodca, mais famosa bebida da Rússia, vem sofrendo sanções também no exterior. Nos Estados Unidos, ao menos três governadores pediram a retirada da bebida da prateleira de mercados. O mesmo foi feito por redes de supermercados na Austrália e Nova Zelândia.
Os protestos não se limitaram ao mundo da culinária. O vereador Fernando Holiday (Novo-SP) apresentou duas propostas à Câmara Municipal de São Paulo, nos quais pede a alteração do nome da Rua Rússia, na zona oeste da cidade, para Rua Ucrânia. Ele também pede a mudança do logradouro onde está localizado o consulado russo da cidade. A Avenida Lineu de Paula Machado seria renomeada Avenida dos Heróis Ucranianos. “As limitações de um vereador quanto à guerra são mínimas, mas ainda assim são possíveis”, disse o vereador.