Bolsonaro coloca R$ 10 mil em dinheiro vivo na campanha de Carlos
Valor está acima do permitido pelo TSE para doações do tipo em 2020. Presidente colaborou com R$ 70.500 nas campanhas do filho desde 2004
O presidente Jair Bolsonaro não abre mão de certos gastos. Um deles são as doações às campanhas de seus filhos. Na eleição de 2020, Bolsonaro já colocou a mão no bolso para colaborar com o único membro de sua prole concorrendo a um cargo, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), que concorre à reeleição e recebeu 10.000 reais do pai – além dos 10.000 reais que o próprio Carlos já havia colocado em sua campanha. O dinheiro de Bolsonaro chegou aos cofres do filho por meio de um “depósito em espécie”, dinheiro vivo, na última sexta-feira, 2 (veja abaixo, clique para ampliar a imagem).
A doação do presidente foi irregular, uma vez que, segundo as regras do TSE para doações de campanha em 2020, “todas as doações de valor igual ou superior a R$ 1.064,10 somente poderão ser realizadas mediante transferência eletrônica entre as contas do doador e do candidato, ou ainda por meio de cheque cruzado e nominal”.
O presidente é um doador fiel às campanhas de Carlos: de 2004 a 2016, colaborou financeiramente com todas as disputas eleitorais do filho Zero Dois, em um total de 60.500 reais. E as doações foram, na maioria das vezes, por meios não eletrônicos. Em 2004, passou um cheque de 10.000 reais; em 2008, depósito em espécie de 15.000 reais; em 2012, mais 12.000 reais em dinheiro vivo; em 2016, três transferências eletrônicas, somando 20.500 reais, além das cessões de um imóvel na Zona Norte do Rio e de um micro-ônibus, no total de 3.000 reais.
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) ainda não colocou dinheiro na campanha do irmão vereador neste ano, mas o histórico recente sugere que o Zero Um ainda pode colaborar: ele doou 10.000 reais a Carlos Bolsonaro em 2008, por meio de um depósito em espécie; e mais 10.000 reais em 2012, transferidos eletronicamente.