O grande sonho da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes do início oficial da campanha, em agosto, é tirar do páreo até quatro adversários do petista na corrida ao Palácio do Planalto: Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT), André Janones (Avante) e Pablo Marçal (Pros).
A perspectiva foi traçada pela própria presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, após encontro dos dirigentes dos sete partidos que já estão formalmente na campanha de Lula: PT, PSB, PCdoB, PSOL, Rede, PV e Solidariedade.
Fazendo todas as ressalvas de que o PT e aliados respeitam as decisões dos demais partidos e que a campanha de Lula não faz pressão pela desistência de ninguém, Gleisi admitiu que conversa com MDB e PSD, que vai procurar o Avante e o Pros e disse que, se Ciro Gomes desistir da candidatura, o PDT será muito bem recebido na frente de esquerda.
Sobre Tebet, a dirigente petista afirmou que tem conversado com líderes do MDB que são favoráveis à aliança com Lula e que gostaria de ter o apoio do partido já no primeiro turno. “O MDB do Nordeste tem muita simpatia por Lula, mas eles têm uma candidata, que é a Simone Tebet, a gente também respeita, porque o MDB tem legitimidade. Então, a gente tem conversado, mas com respeito, esperando para ver como eles resolvem e encaminham isso da candidatura da Simone”, afirmou.
Já sobre Ciro Gomes, Gleisi negou que o partido tenha feito qualquer pressão para que o pedetista desista da candidatura e afirmou que ela sequer procurou o presidente do PDT, Carlos Lupi, para conversar. Mas afirmou que “obviamente nós gostaríamos de ter o PDT nesse campo (de esquerda)”. “Eu não sei se a candidatura do Ciro vai continuar até o fim ou não. Essa decisão cabe ao PDT e vamos respeitar. Obviamente que, se o Ciro não for candidato, vai ter uma migração de parte desses votos para a candidatura de Lula. Não tenho dúvida disso, porque é um voto que faz parte desse campo político”, afirmou. A dirigente contou que, durante o encontro, Lula afirmou que estava contente por reunir todos os partidos de esquerda em torno de sua candidatura e disse que “só falta o PDT aqui”.
Nanicos
Ela também disse que alguns partidos ainda não foram procurados, mas serão, para compor a aliança em torno de Lula. “Queremos conversar com o Avante, com o Pros, com outros partidos, que a gente gostaria (de dialogar), mas não teve oportunidade”, disse. O Pros tem como pré-candidato o coach Pablo Marçal, enquanto o Avante lançou o deputado federal André Janones (MG), que tem pontuado bem nas pesquisas.
Sobre MDB e PSD, Gleisi acha difícil que eles apoiem Lula já no primeiro turno, em razão das características das duas legendas, que têm perfis e interesses diferentes em cada estado.