Ceará: como um motim de PMs colocou candidato do PT contra Capitão Wagner
Deputado Elmano de Freitas, lançado por Lula e Camilo Santana, investigou rebelião de policiais e sugeriu extinguir entidade criada pelo adversário
Escolhido pelo PT para ser o candidato ao governo do Ceará após rompimento da aliança com o PDT, o deputado estadual Elmano de Freitas já tem um ponto de enfrentamento com um de seus principais adversários na corrida pelo comando do estado, o deputado federal Capitão Wagner (União Brasil).
Isso porque Elmano é o relator da CPI do Motim na Assembleia Legislativa do Ceará, que investiga o envolvimento de associações de militares no motim de policiais do Ceará em fevereiro de 2020. Wagner liderou uma manifestação da categoria em 2012 — episódio que o catapultou para a política.
O relatório da CPI, iniciada em agosto de 2021, foi concluído no último dia 13 de julho, com os pedidos de indiciamento do vereador Sargento Reginauro (União Brasil), Cleyber Barbosa Araújo, presidente da Associação dos Profissionais de Segurança (APS), e Francisco Davi Silva Barbosa, ex-diretor da APS.
Elmano também solicita em seu relatório a extinção da APS, fundada por Capitão Wagner. O deputado federal, apesar de várias vezes citado no documento, não foi indiciado por não haver indício de materialidade de crimes cometidos por ele, segundo o relator. Este acusa, no entanto, a partidarização das entidades ligadas aos militares.
Segundo a última pesquisa no Ceará, divulgada pelo Paraná Pesquisas em 16 de julho, Capitão Wagner lidera a corrida com 44,5% das intenções de voto no cenário que conta com o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), que é o apoiado pelo partido de Ciro Gomes e tem 29,2%. Oficializado como nome petista nesta semana após a recente ruptura entre PT e PDT, Elmano de Freitas ainda não foi testado em nenhuma pesquisa estadual.