Covid-19: lista de vacinados no Amazonas tem CPFs errados e inexistentes
Em busca dos fura-filas, TCE-AM está fazendo cruzamento de imunizados com folhas de pagamento e sistema da Receita
A listagem da Prefeitura de Manaus com os vacinados contra a Covid-19 tem CPFs inexistentes e errados. Há ainda dezenas de casos de divergência entre nomes e CPFs e campos em branco, o que prejudica o controle sobre quem foi ou não imunizado. O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) enviou ofício à prefeitura solicitando a lista sem falhas num prazo de 72 horas.
Em outro documento, para dar mais eficiência ao cruzamento de dados, o tribunal pede a disponibilização da listagem de vínculo dos servidores da saúde, dos terceirizados e dos cooperados, uma vez que muitos profissionais recebem de empresas particulares. À caça dos fura-filas, o TCE-AM está cruzando os nomes e dados de quem tomou a vacina com folhas de pagamento e o sistema da Receita.
Nesta segunda-feira, 25, um funcionário da Casa Civil do governo do Amazonas vacinado foi exonerado. Em nota, o governador Wilson Lima (PSC) informou que Gerberson Oliveira Lima recebeu a primeira dose da CoronaVac de forma indevida.
VEJA teve acesso à lista com exclusividade no último sábado, dia 23, antes de ela se tornar pública, e constatou que há quatro nomes repetidos, com CPFs diferentes, e duas situações em que, ao invés do nome do vacinado, aparece escrito “Informe o CNS do cidadão caso o CNS não seja”. A Secretaria Municipal de Saúde de Manaus havia enviado uma lista parcial com os nomes dos vacinados contra a Covid-19 ao TCE-AM, que solicitou as informações depois que denúncias de que pessoas teriam furado fila correram as redes sociais. Depois, a Justiça obrigou a prefeitura a divulgar os nomes dos vacinados em seu site.
A vacinação foi suspensa no dia 21, depois que duas médicas de uma tradicional família de Manaus e o filho de um ex-deputado, recém-formados e recém-nomeados, foram imunizados antes de profissionais que atuam em hospitais de situação mais caótica. A paralisação foi, segundo nota do governo do estado, “para uma reformulação da campanha nas unidades de saúde”. As doses de vacina disponibilizadas nessa primeira fase pelo Ministério da Saúde atende a 34% dos profissionais da área de Saúde no estado.