CPI da Covid: Flávio Bolsonaro sobe o tom contra Rodrigo Pacheco
Somente nesta terça-feira, filho do presidente acusou o presidente do Senado de ingrato e irresponsável e disse que ele errou ao instalar a comissão
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) tem aumentado o tom contra o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), nos últimos dias. Somente nesta terça-feira, 27, o filho Zero Um do presidente Jair Bolsonaro mirou duas vezes no político mineiro. Falou em ingratidão de Pacheco, a quem Flávio ajudou a eleger para o comando do Senado, e disse que o senador está sendo irresponsável por conta da instalação da CPI da Covid.
Em entrevista antes da sessão de instalação da comissão, Flávio citou Pacheco pela primeira vez no dia.
“Eu tenho um CPF e o presidente da República tem outro. Da minha parte, entendo, sim, que houve uma ingratidão, uma falta de consideração por parte do presidente (Rodrigo Pacheco), de pelo menos nos buscar para que nós pudéssemos dar o nosso ponto de vista sobre a conveniência e a oportunidade de se instalar uma CPI como essa”, afirmou o filho do presidente.
Já durante a sessão, no momento em que os senadores suscitavam questões de ordens, Flávio voltou a criticar Pacheco: “O presidente Rodrigo Pacheco está errando, está sendo irresponsável porque está assumindo a possibilidade de durante os trabalhos da CPI ocorrer a morte de senadores, assessores e de funcionários em função da Covid porque, em algum momento, as sessões terão que ser presenciais”, apontou.
O Zero Um já havia dado a estocada em Pacheco no grupo de WhatsApp dos senadores. Criticou o fato de o presidente do Senador ter sido contrário à sentença que tentou barrar Renan Calheiros (MDB-AL) da relatoria da comissão, enquanto acatou decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou a abertura da CPI.
Por outro lado, Pacheco já deu declarações que desagradaram o governo. Em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo” no início do mês, afirmou que, embora se posicione contrário à instalação da CPI da Covid neste momento, não mexeria “um milímetro” para impedir sua atuação. Afirmou ainda que o presidente “não contribui” com seu discurso negacionista: “Para bom entendedor, um pingo é letra. Quando ele (Bolsonaro) prega qualquer tipo de negacionismo, eu vou criticar o negacionismo e consequentemente estou criticando a fala dele”.