Demissão de chefe do GSI inflama oposição por CPMI de 8 de janeiro
Líderes do governo Lula na Câmara e no Senado agora também defendem abertura de investigação de atos de vandalismo em Brasília
A demissão do chefe do GSI, general Gonçalves Dias, inflamou ainda mais a pressão da oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva pela abertura da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) de 8 de janeiro, que visa apurar os atos terroristas e de vandalismo em Brasília. Pacheco adiou para 26 de abril a sessão do Congresso que estava prevista para a última terça-feira, 18, e garantiu que a leitura do requerimento de criação da comissão mista ocorreria na próxima semana.
Parlamentares da oposição que chegaram a se manifestar a favor da manutenção da sessão voltaram a pressionar, nesta quarta-feira, 19, a abertura da investigação, apontando que o governo Lula teria “envolvimento” com os atos e que Gonçalves Dias teria sido usado como “boi de piranha”.
“Esse governo tem muito a perder com a CPMI, que foi barrada pelo presidente do Senado Rodrigo Pacheco, mas que não vai escapar de acontecer, principalmente depois dessas imagens”, afirmou Marcel van Hattem (Novo-RS).
“As imagens vazadas são estarrecedoras. Queremos explicações do ministro do GSI. A bomba está no colo do desgoverno petista, por isso temem tanto a CPMI dos atos do dia 8”, se manifestou a deputada Bia Kicis (PL-DF).
O general Gonçalves Dias pediu demissão do cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República nesta quarta-feira, 19, após divulgação de vídeo em que aparece no Palácio do Planalto durante as invasões de 8 de janeiro.
Governo apoia CPI
Também nesta quarta-feira, 19, os líderes do governo Lula na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), defenderam a instalação da CPMI para apurar os atos.
“De investigação e comissão de inquérito nós entendemos”, afirmou Randolfe, que integrou a CPI da Pandemia durante o governo Jair Bolsonaro.
Até então, a base governista era contrária à criação de um colegiado parlamentar específico para apurar os atos golpistas, por considerar que o governo teria os meios necessários para investigar os crimes.