O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), declarou que vai pedir a investigação do desembargador Adriano Linhares Camargo, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), pelo fato de ele ter defendido o fim da Polícia Militar. Na quarta-feira, 1º, o magistrado afirmou em julgamento virtual que “tem que acabar com a Polícia Militar” e que o papel da instituição se resume ao de “reserva técnica do Exército para enfrentar inimigos”.
Na ocasião, o TJ analisava o recurso de um motorista que teria sido flagrado pela Polícia Militar com posse de drogas — a ação questionava as motivações dos policiais que levaram à abordagem do veículo e alegava inconsistências nos depoimentos que foram colhidos. Segundo Linhares Camargo, a parada do carro foi injustificada e representaria “abusos e excessos recorrentes” por parte das instituições policiais. “Palavra de policial militar e de policial civil não vale mais do que a de ninguém, não tem presunção de veracidade nenhuma”, disse o desembargador.
Em resposta à declaração de Linhares Camargo, Caiado publicou um vídeo em suas redes sociais denunciando as falas como “crimes e agressões” e defendendo a PM. “Neste momento em que você pede a extinção da Polícia Militar, está atentando contra o Estado Democrático de Direito, ou está cooptado por outras forças do crime”, afirma o governador, que está em viagem institucional à China e gravou as imagens dentro do aeroporto.
Também pelas redes sociais, o vice-governador do estado, Daniel Vilela (MDB), defendeu a Polícia Militar e criticou a opinião do desembargador como “desconexa da realidade.”
No vídeo, Caiado acrescenta que Linhares Camargo “não tem condições de ser desembargador” e que já acionou o procurador-geral de Goiás, Rafael Arruda Oliveira, para denunciar o magistrado à Corregedoria do TJ-GO. “Respeite a Polícia Militar do Estado de Goiás, que está sob o meu comando. Entendeu bem? Se tem alguma crítica a fazer, faça ao governador do estado”, afirmou Caiado.