Dom e Bruno: nova prisão pela PF ‘causa surpresa’, diz defesa de réus
Homem apontado como informante do suposto mandante dos crimes foi detido nesta quinta-feira, 18
A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira, 19, um homem apontado como informante e aliado do suposto mandante dos homicídios do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. Em um comunicado, a defesa dos três pescadores acusados pela morte criticaram a prisão e negaram que o crime tenha sido cometido a mando de alguém.
A PF não deu detalhes de quem seria o homem preso. O mandante seria Ruben Dario da Silva Villar, conhecido como Colômbia, que foi indiciado em junho passado sob a acusação de ordenar as mortes em 5 de junho de 2022, na terra indígena do Vale do Javari, no Amazonas. Até agora, no entanto, o Ministério Público Federal não ofereceu denúncia contra ele. Colômbia está preso em Manaus, mas por falsificação de documentos de identidade. Ele é acusado de ser chefe de uma organização criminosa transnacional armada em outro inquérito que apurou pesca ilegal e contrabando.
Amarildo da Costa Oliveira, Oseney da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima estão presos pelos assassinatos. Amarildo e Jefferson confessaram o crime, mas alegam que foram ameaçados por Bruno e agiram em legítima defesa. Já Oseney nega envolvimento no caso. Em outubro, a Justiça Federal do Amazonas determinou que eles sejam levados a júri popular.
“Esta prisão nos causou surpresa, pois todos os depoimentos e declarações do processo em que os pescadores estão respondendo são uníssonos em evidenciar que não houve mando ou organização criminosa”, dizem os advogados dos réus. A defesa acusa os órgãos de investigação de esconder informações e informou que vai solicitar a documentação integral do inquérito à Polícia Federal. “É mais uma evidência de que não estão deixando que os pescadores se defendam de forma ampla, plena e irrestrita, conforme assegura a constituição”, acrescenta.
Em setembro do ano passado, a PF pediu ao MPF a prorrogação do inquérito que apura possíveis mandantes no duplo assassinato, que teve repercussão internacional. A investigação corre em sigilo, comandada pelo delegado Francisco Badenes, de Brasília.
Em dezembro, a PF também anunciou que havia prendido um segurança também ligado a Colômbia. Ele foi detido em flagrante por porte ilegal de arma de fogo durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão.