Em nova gafe, Temer chama ministro da Cultura de secretário
O presidente foi alvo de protestos da classe artística ao rebaixar a pasta para uma secretaria logo no início de seu governo
O presidente Michel Temer (PMDB) incluiu mais uma gafe ao seu currículo. Nesta quinta-feira, ao anunciar a implantação do Programa de Concessão de Aeroportos, o peemedebista chamou o novo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, de “secretário”. Temer foi alvo de protestos da classe artística quando, no início de seu governo, rebaixou a pasta da Cultura a uma secretaria e a fundiu ao ministério da Educação. Depois, ele voltou atrás na decisão.
“A reforma do ensino médio, meus senhores, estava no Congresso Nacional há mais de vinte anos. Secretário Sérgio Sá Leitão, há mais de vinte anos. Nós chegamos, fizemos com o apoio do Congresso Nacional e, agora, ela é aprovada por quase a totalidade do povo brasileiro”, disse Temer, ao enumerar os feitos de sua gestão.
A instabilidade política no ministério da Cultura cresceu desde que Temer assumiu o governo federal. O primeiro nome que chefiou a pasta foi Marcelo Calero, que se demitiu em novembro após sofrer pressões de Geddel Vieira Lima (PMDB), então ministro da Secretaria de Governo, para liberar uma obra.
Roberto Freire (PPS) assumiu o ministério no lugar de Callero, mas pediu demissão assim que veio à tona o escândalo dos grampos do empresário Joesley Batista, da JBS. Antes de Sá Leitão assumir, a pasta ficou por mais de dois meses sob o comando de João Batista de Andrade, que aceitou ficar no cargo embora estivesse demissionário desde 16 de junho.
Puxador de palmas
No discurso desta quinta, o presidente também reclamou que a plateia não estava batendo palmas e prometeu contratar um “puxador” para as próximas cerimônias. O peemedebista fez o comentário após cumprimentar os ministros dos Transportes, Maurício Quintella Lessa (PR), da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco (PMDB), e da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB).
“Aliás, estavam faltando palmas, viu. Eu disse ao Moreira [Franco] e ao [Eliseu] Padilha que na próxima vez vamos trazer um puxador de palmas”, brincou. “Alguém bate palma, os outros batem. Mas, aqui, as palmas vieram do coração, do reconhecimento. Os senhores, ao cumprimentarem os ministros, o fizeram pela voz mais eloquente do corpo, que são as palmas”, declarou Temer, cuja aprovação popular chegou a 5%, segundo uma pesquisa Ibope.