Enquanto PT aposta na polarização, governo lança campanha por ‘um só povo’
Ação publicitária apela para união nacional um dia depois de Gleisi atacar a extrema direita e dizer que é preciso ‘enfrentar essa gente’
O governo federal lançou uma campanha nacional destinada a combater a intolerância e a divisão entre brasileiros, intitulada “O Brasil é Um Só Povo”. “Somos todos filhos, irmãos, parentes, cidadãos de um Brasil gigante”, afirma o cantor Jorge Vercillo. Em aceno à população evangélica, a campanha conta ainda com o cantor gospel Kleber Lucas. A lista de músicos que participam da ação de governo também é formada por Sandra de Sá, Lellê e Manno Goés.
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Outro filme, segundo o governo, irá trazer uma mensagem sobre paz e reconstrução de laços. Nele, afirma, “a criação busca reacender valores que pulsam mais forte no fim do ano, como relações familiares e de amizade”. A campanha inclui ainda outros sete comerciais com brasileiros na condição de protagonistas de histórias cotidianas sobre reconciliações e trazem exemplos de pessoas beneficiadas por programas sociais da gestão Lula.
A mensagem por “um só povo”, no entanto, contrasta com o tom adotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por dirigentes do PT no encontro promovido pelo partido em Brasília no final de semana. Os discursos na Conferência Eleitoral e Programa de Governo 2024 foram no sentido de mobilizar o petismo para enfrentar a extrema direita, em particular o bolsonarismo, na próxima disputa municipal.
Embate ideológico
“O que vai ajudar a gente a ganhar as eleições é a gente ter coragem de fazer o embate político e ideológico com os nossos adversários, para que a gente possa mostrar a diferença dos projetos de cidades que cada um de vocês vai construir”, disse Lula em discurso. Boa parte da fala foi dedicada à comparação entre o seu novo mandato e o governo de Jair Bolsonaro, citando o desmonte de políticas públicas aprovadas nos quatorze anos de governo do PT.
‘Enfrentar essa gente’
A presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, foi na mesma linha. “Temos o embate político com a extrema direita, que a cada dia se mostra mais ousada, movimentando-se pelo país e atacando o governo e o PT com suas fake news. Precisamos enfrentar essa gente. Com a extrema direita não se brinca. Não se dá anistia”, discursou. “A cada reconstrução que fazemos, é preciso mostrar a destruição que eles (bolsonaristas) fizeram”, acrescentou.