Estilo agressivo rende apoio a Marçal, mas eleva rejeição na mesma medida
Em duas semanas, cresce a recusa do eleitorado ao coach, que só não é mais descartado que Boulos, segundo o instituto Paraná Pesquisas
Candidato dos tumultos, polêmicas e respostas agressivas, Pablo Marçal (PRTB) foi o maior beneficiado nas últimas pesquisas pelas recentes controvérsias que vem causando na campanha eleitoral para a prefeitura de São Paulo. Nas últimas duas semanas, o coach cresceu de 12,5% para 17,9% das intenções de voto, segundo levantamento publicado pelo instituto Paraná Pesquisas nesta sexta-feira, 23.
Por outro lado, as recorrentes provocações e ataques do coach contra os adversários, inclusive durante os debates eleitorais ao vivo, também cobram seu preço na popularidade — no período monitorado pelo levantamento, a rejeição a Marçal cresceu nos mesmos 5,4 pontos percentuais que o apoio, chegando a 25,7% de eleitores que afirmam não votar no empresário “de jeito nenhum”.
A disparada nas avaliações negativas consolida o candidato do PRTB como o segundo nome mais rejeitado pelo eleitorado paulistano, atrás apenas do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), recusado por 32,7% dos entrevistados. Na pesquisa anterior do mesmo instituto, divulgada em 8 de agosto, Marçal empatava em rejeição com o apresentador José Luiz Datena (PSDB), mas o repúdio ao tucano seguiu direção contrária e recuou para 19,5%.
Nunes recua em popularidade, mas tem baixa rejeição
Enquanto Marçal e Boulos, protagonistas de brigas constantes durante a campanha eleitoral, subiram na má avaliação do eleitorado, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) mantém certa estabilidade na percepção dos paulistanos. No intervalo de duas semanas entre as pesquisas, a rejeição ao atual mandatário oscilou de 15,7% para 15,4%.
A tendência, porém, é que as próximas semanas de campanha sejam marcadas pela escalada de brigas entre Nunes e Marçal, já que ambos disputam a fatia bolsonarista dos eleitores em São Paulo — ainda que o prefeito seja o candidato declarado de Jair Bolsonaro, o coach vem intensificando os acenos à direita e talhando seu discurso para apelar ao eleitorado que vê o emedebista como “moderado” em relação ao ex-presidente.
O instituto Paraná Pesquisas entrevistou 1.500 eleitores na cidade de São Paulo entre os dias 19 e 22 de agosto de 2024. O grau de confiança do levantamento é de 95% e a margem de erro é estimada em 2,6 pontos percentuais para mais ou para menos.