Acusada pelo Ministério Público Federal de lavagem de dinheiro em uma ação penal da Operação Lava Jato, a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef Meire Poza quer alcançar uma façanha improvável e inédita nos tribunais: que seus acusadores deponham em sua defesa.
Ela enviou nesta quinta-feira ao juiz federal Sergio Moro uma estrelada lista com as nove testemunhas que pretende arrolar no processo, “todas elas fundamentais para o efetivo gozo de seu direito à ampla defesa”.
Entre os escolhidos estão o coordenador da força-tarefa da Lava Jato no MPF, Deltan Dallagnol, e o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que assinam a denúncia aceita por Moro, segundo a qual “Meire Poza exerceu papel não só de contadora de Alberto Youssef e de suas empresas de fachada, mas de agente atuante na ação criminosa do doleiro”.
Também foram listados o coordenador da Polícia Federal na Lava Jato, Igor Romário de Paula, os delegados da PF Márcio Anselmo e Eduardo Mauat, já desligados da operação, os agentes da PF Rodrigo Prado e Luiz Carlos Milhomen, o escrivão Mário Nunes e um investigador identificado apenas como Gabriel.
Além da ex-contadora, são réus na ação penal o ex-deputado federal André Vargas, seu irmão, Leon Vargas, e o empresário Marcelo Simões.