Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Imagem Blog

Maquiavel

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Haddad promete reviver programa apelidado de “bolsa-crack”

Em debate entre candidatos ao governo de São Paulo, o petista falou em retomar projeto que oferecia moradia e pagamento aos dependentes

Por Da Redação Atualizado em 8 ago 2022, 14h33 - Publicado em 8 ago 2022, 09h24

No debate realizado no domingo, 7, entre os candidatos ao governo de São Paulo, o petista Fernando Haddad prometeu retomar o programa Braços Abertos, caso seja eleito, como medida para resolver os problemas da Cracolândia no centro da capital. A iniciativa em questão foi implementada pelo petista quando ocupou a prefeitura da metrópole e acabou sendo apelidada pelos adversários como “bolsa-crack”. A bem intencionada ideia da gestão petista começou em janeiro de 2014 e previa retirar os viciados do local, oferecendo a eles um teto, três refeições diárias e um salário semanal de 115 reais por serviços como a varrição de ruas e praças (a jornada era de quatro horas por dia e o pagamento era feito em dinheiro vivo).

Em vez de resolver os problemas da Cracolândia, falhas graves na gestão do Braços Abertos aumentaram ainda mais a confusão no local. No início, as moradias destinadas aos dependentes passaram por uma reforma, que incluiu pintura, troca de piso e compra de mobiliário. Meses depois, esses ambientes viraram um cenário de desolação, com moradores convivendo com lixo, entulho e o movimento dos traficantes. Os hotéis cadastrados no programa corriam risco de incêndio agravado pela ausência de extintores, roubados para virar moeda de troca por pedras de crack, o mesmo destino de vários outros itens do mobiliário.

Esse não era o único ponto problemático do programa, que consumiu no início mais de 10 milhões de reais da prefeitura. O controle de frequência ao serviço dos dependentes cadastrados no trabalho de varrição era bastante frouxo, conforme mostrou reportagem de VEJA SÃO PAULO. Muitos apareciam cedo para marcar o ponto e desaparecem em seguida. Matavam o tempo perambulando pelas ruas ou não cumpriam nem metade da jornada de quatro horas.

Haddad chegou a comemorar os primeiros efeitos positivos do Braços Abertos com dados que apontavam para a diminuição do fluxo de dependentes no local e transformou o programa em um dos cartões-postais de sua gestão (voltou a citar com orgulho a iniciativa no debate deste domingo). Aos poucos, no entanto, devido às falhas de gestão do projeto, a multidão de dependentes voltou a ocupar em peso a Cracolândia.

Especialistas no assunto também criticaram à época o fato de o pagamento em dinheiro vivo aos dependentes não ser condicionado a uma redução no uso de drogas. A oposição do governo petista aproveitou para batizar o Braços Aberto de “bolsa-crack”, acusando o projeto de irrigar com dinheiro vivo o comércio de drogas na região. Com a derrota de Haddad na tentativa de reeleição à prefeitura (o tucano João Doria venceu o adversário no primeiro turno), o Braços Abertos foi encerrado. As gestões que o sucederam também falharam nas tentativas de abordagens diferentes para resolver o problema e a Cracolândia prossegue sendo um dos maiores retratos do fracasso da administração do poder público na cidade mais rica do país.

Continua após a publicidade

 

 

 

Leia mais em: https://vejasp.abril.com.br/cidades/cracolandia-sp-bracos-abertos/

Continua após a publicidade

 

Os quartos hoje têm banheiro …

Leia mais em: https://vejasp.abril.com.br/cidades/cracolandia-sp-bracos-abertos/

 

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.