Huck define prazo sobre candidatura e fixa condição para entrar na disputa
Em conversa com apoiador em jantar, apresentador diz que vai decidir até julho e que não irá concorrer se perceber que não tem chance de ir ao segundo turno
No conforto do alto do muro, Luciano Huck ainda dá esperanças a quem torce para vê-lo candidato a presidente da República em 2022. Numa conversa recente, o apresentador revelou a um apoiador quando pretende anunciar a sua decisão e uma das condições para participar do jogo eleitoral: não vai entrar se perceber que não tem chance de ir ao segundo turno.
A conversa em questão se deu num jantar, há aproximadamente dois meses. Na ocasião, Huck contou ao interlocutor que baterá o martelo até julho, portanto, em até três meses. Uma das preocupações do apresentador é com relação à avaliação do presidente Jair Bolsonaro. Huck disse que não vai se candidatar caso o presidente esteja muito à frente dos demais nomes que disputam os votos da centro-direita, como ele, Huck.
A indefinição do apresentador já começou a incomodar entusiastas de sua candidatura. Boa parte deles, sobretudo os políticos profissionais, precisarão encontrar outra canoa para embarcar se Huck pular fora. A um ano e meio das eleições, alguns de seus mais próximos interlocutores não se arriscam a dizer se o nome dele irá ou não para a urna no ano que vem — nem sequer por qual partido iria.
Luciano Huck ocupa a mais confortável das posições, o de pré-candidato que jamais se expõe. Ele se recusa a indicar se anda mais disposto a concorrer ou a desistir, não concede entrevistas e, consequentemente, se protege de questionamentos a respeito do que pensa. Ao mesmo tempo, emite sinais de que a qualquer momento pode se declarar postulante à cadeira mais importante do país.
No mais recente deles, no final do mês passado, Huck subscreveu o manifesto em favor da democracia ao lado de outros cinco pré-candidatos: Luiz Henrique Mandetta (DEM), João Doria (PSDB), Eduardo Leite (PSDB), Ciro Gomes (PDT) e João Amoêdo (Novo). Embora não o tenha assinado, Sergio Moro também deu apoio à inciativa.
Um dos políticos que veem com bons olhos a opção Huck, Fernando Henrique Cardoso acredita que, se quiser chegar competitivo no ano que vem, o apresentador precisa definir o seu futuro agora. “Ele tem muito pouco tempo para se transformar em líder político. Huck tem popularidade, mas é diferente de ser um líder político. O vencedor da eleição é votado como líder político, não como notável. Está limite”, justificou FHC.