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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Por que o histórico de atleta não garante imunidade contra a Covid-19

Em março, em tentativa de minimizar os efeitos da doença, o presidente afirmou que, caso contraísse o novo coronavírus, sentiria apenas uma "gripezinha"

Por Da Redação
Atualizado em 7 jul 2020, 13h55 - Publicado em 7 jul 2020, 13h31
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  • Testado positivo para coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira, 7, que, após sentir febres e dores no corpo no final de semana e na segunda-feira 6, estava “muito bem” e que havia melhorado principalmente após ser medicado com cloroquina e azitromicina. “Não tem que ter pavor. Recebi o resultado com naturalidade. Confesso que imaginava que já tinha até pego esse vírus lá atrás”, disse. “Estou muito bem. Acredito que a forma como ministraram a cloroquina (ajudou) e a reação foi quase imediata”. Em nota oficial, o governo diz que o presidente “mantém bom estado de saúde”.

    Em muitas oportunidades, Bolsonaro tentou minimizar a doença e a pandemia. “No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho”, afirmou em pronunciamento nacional em cadeia de rádio e TV no dia 24 de março.

    Bolsonaro foi um atleta ativo durante o período em que frequentou os colégios militares – atuou como fundista na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) e fez parte da equipe de pentatlo militar na Academia Militar das Agulhas Negras – chegou a ser convocado por quatro anos para a seleção da modalidade nas Forças Armadas, mas, segundo seu próprio depoimento, sempre foi reserva. 

    De acordo com médicos, não há, no entanto, nenhum dado científico que atribua a atletas uma maior resposta imunológica a infecções virais. “A imunidade ainda é um mistério e, ainda mais, a idade do presidente é um agravante”, disse o professor do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo Eliseu Waldman. Bolsonaro tem 65 anos e está no grupo de risco da doença.

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    Para o infectologista do Instituto Emilio Ribas Jean Gorinchteyn, a ideia de que atletas são menos suscetíveis a doenças é um mito. “Uma boa condição física pode melhorar a imunidade, mas de forma alguma impede de entrar em contato com o vírus e desenvolver quadros graves”, diz. “Temos cerca de 26% das UTIs ocupadas por gente jovem com nenhuma doença pre-existente e evoluindo de forma grave”, completou.

    Entre os atletas que desenvolveram sintomas fortes do vírus, estão o nadador sul-africano Cameron van der Burgh, campeão olímpico em Londres 2012, o astro da NBA Kevin Durant, o pivô do basquete brasileiro Maique e o jogador de vôlei da seleção francesa Earvin Ngapeth, entre outros. 

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