Janones retoma mandato na Câmara após suspensão por ofensa a Nikolas

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O deputado federal André Janones (Avante-MG) assumiu de volta o seu mandato após uma suspensão de três meses determinada pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por conta de ofensas trocadas com o colega de casa Nikolas Ferreira (PL-MG). Em vídeo publicado nas redes sociais dentro de seu gabinete, o parlamentar mineiro disse que foi vítima de um ato de “violência contra a democracia”.

“A Câmara dos Deputados retirou esse mandato pelos últimos noventa dias. Um ato de violência, não contra mim, mas contra a democracia do nosso país, contra cada um de vocês que confiaram o voto em mim. Sofri uma violência física no plenário da Câmara, mas vocês é que sofreram a violência real, uma violência que me impediu de votar matérias muito importantes para o nosso país”, citando em seguida votações como a PEC da Blindagem e a isenção do imposto de renda para quem ganha até 5.000 reais.

No final do vídeo, Janones afirma que o objetivo da suspensão era “intimidá-lo e silenciá-lo” e disse estar de volta “de mãos dadas com o presidente Lula”.

A suspensão do mandato por noventa dias foi por causa de uma confusão que aconteceu na Câmara no dia 9 de julho. Na ocasião, parlamentares de direita e de esquerda trocaram ofensas por conta do tarifaço de Donald Trump. Janones disse que foi alvo de importunação sexual e chegou a registrar um boletim de ocorrência, mas o episódio rendeu maus dividendos a ele.

Foi aberta uma representação no Conselho de Ética e os deputados membros do colegiado votaram para suspender Janones por causa de ofensas que ele teria feito a Nikolas Ferreira nessa mesma discussão. Segundo o parecer aprovado no Conselho, Janones teria proferido “insultos como ‘capachos’ e ‘vira-latas'”, além de palavrões de cunho homofóbico. A Polícia Legislativa foi acionada para conter a confusão.

Rachadinha e isolamento

Janones foi um dos principais cabos eleitorais de Lula em 2022, principalmente nas redes sociais, terreno que foi dominado pela direita nas últimas disputas. No entanto, nos últimos meses, o deputado seu viu em maus lençóis e isolado dentro do campo da esquerda.

Além do enrosco com o Conselho de Ética, ele precisou fechar um acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR) no caso da rachadinha. A Polícia Federal chegou a indiciar o deputado pela prática criminosa e o colocou sob a possibilidade de ser denunciado perante o Supremo Tribunal Federal (STF). O acordo de não-persecução penal (ANPP) custou 157.813 reais ao deputado.

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