O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhou o tradicional desfile do 7 de setembro neste sábado, em Brasília, ao lado dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que preside a Corte, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Cristiano Zanin. Durante a tarde, o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados preparam um ato que deve reforçar os pedidos da oposição pelo impeachment de Moraes na Avenida Paulista, em São Paulo. O lema escolhido para o desfile oficial deste ano foi “Democracia e Independência: o Brasil no rumo certo”.
Com o cerco se fechando em torno do ex-presidente pelo avanço de investigações sensíveis ao clã Bolsonaro — como o caso das joias sauditas, da fraude nos cartões de vacinação e da tentativa de golpe de Estado — a oposição ao governo havia dado uma trégua na ofensiva contra o Supremo. No entanto, a intentona foi retomada depois da suspensão da rede social X. Quando convocou o ato deste sábado, Bolsonaro disse que o mote principal era a anistia aos presos pelos ataques do 8 de janeiro, mas o pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do evento, disse que o impeachment de Moraes e as críticas à atuação do Supremo é que são o motivo do ato.
O tradicional desfile do 7 de setembro tem apresentações de membros das Forças Armadas e da famosa Esquadrilha da Fumaça. Não há previsão de que Lula faça uso da palavra. Ao lado dele, no palanque do evento, representando o Legislativo, estava apenas o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA) também estava presente. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se ausentou.
Lula também acompanhou o desfile cercado de ministros palacianos — Rui Costa (Casa Civil), Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Simone Tebet (Planejamento), Camilo Santana (Educação), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Juscelino Filho (Comunicações), Jader Filho (Cidades) e José Múcio (Defesa). Apesar do clima ameno no palanque, a sexta-feira, 6, foi marcada por uma crise na Esplanada. O ministro do Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi demitido após virem a público denúncias de assédio contra ele. Uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.