Marinha converte aparelhos de TV pirata em computadores para escolas
Reciclagem de receptores apreendidos pela Receita Federal beneficia a rede pública de ensino no Rio de Janeiro
A Marinha do Brasil vai assinar nesta segunda-feira, 1º, um acordo de cooperação técnica para destinar computadores de baixo custo a escolas da rede pública em municípios do Rio de Janeiro. A ação faz parte de uma parceria com a Receita Federal para reciclar aparelhos de TV pirata e transformá-los em equipamentos de baixo custo para uso educacional.
De acordo com a Marinha, os computadores eram originalmente receptores de sinal pirateado de televisão — conhecidos no mercado como TV Box — apreendidos em operações contra contrabando da Receita Federal. Os aparelhos foram enviados ao Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais (CTecCFN), onde passaram por processos de conversão em terminais informáticos que podem ser utilizados para funções básicas como navegação na internet, leitura de PDFs e edição de textos e planilhas.
O programa de cooperação será oficializado na Escola Municipal Amadeu Rocha, que fica na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, às 15h desta segunda-feira. Na ocasião, será inaugurada no colégio uma sala de informática com vinte computadores reciclados pelos fuzileiros navais. Ainda nesta semana, a Marinha e a Receita preveem a destinação de equipamentos do tipo a outra escola na capital fluminense e uma adicional em Duque de Caxias, na região metropolitana.
Inclusão digital e redução de danos ambientais
Para os oficiais da Marinha, o acordo com o Fisco oferece a oportunidade de ampliar a inclusão digital nas escolas públicas sem a necessidade de compra de computadores de alto custo. “É uma grande alegria para todos nós modificar a realidade desses estudantes e proporcionar um aprendizado de maior qualidade”, celebra o comandante-geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Almirante de Esquadra Carlos Chagas.
Além de aprimorar o ensino nas redes municipais, a parceria tecnológica traz benefícios ao meio ambiente ao reduzir a poluição que seria gerada pelo descarte dos equipamentos. “A doação dos ‘TV Box’ transformados em minicomputadores não apenas promove a inclusão digital dos estudantes, mas também evita o impacto ambiental que resultaria da destruição desses produtos”, afirma o superintendente da Receita Federal da 7ª Região Fiscal, auditor-fiscal Claudiney Cubeiro dos Santos.