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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Múcio descarta uso do Brasil para invadir a Guiana: ‘Em hipótese nenhuma’

Ministro da Defesa diz que não vai permitir passagem de forças militares da Venezuela que estejam se movimentando para eventual invasão do país vizinho

Por Da Redação Atualizado em 9 Maio 2024, 18h38 - Publicado em 11 dez 2023, 17h49

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse nesta segunda-feira, 11, que o Brasil não vai permitir “em hipótese nenhuma” que a Venezuela utilize o território brasileiro como passagem para uma eventual invasão por terra à Guiana. “Nossa atribuição é a preservação do território nacional. Temos uma fronteira. Eles só chegarão à Guiana se passarem pelo território brasileiro e nós não vamos permitir em hipótese nenhuma”, disse o ministro, durante conversa com jornalistas.

Múcio comentava os recentes movimentos do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pela anexação do território de Essequibo, que pertence à Guiana e é reivindicada pelo país vizinho há mais de cem anos. Maduro passou a intensificar a pressão pela anexação do território desde 2015, quando foi descoberta grande reserva de petróleo na região.

Nas últimas semanas, Maduro tem aumentado o tom das ameaças, mesmo após manifestação da Corte Internacional de Justiça no sentido de manter o território em poder da Guiana e proibindo qualquer movimentação da Venezuela pela tomada do território.

Na semana passada, entretanto, Maduro mandou projeto para o Legislativo venezuelano em que determina a criação do estado de Guiana Essequiba e nomeou um coronel como interventor e única autoridade na região. Além disso, determinou a instalação de uma unidade militar na cidade de Tumeremo, fronteira com a Guiana.

Os movimentos de Maduro acenderam um alerta no Brasil, que faz fronteira com os dois países pelo norte de Roraima. A região de Essequibo é de floresta densa e rios, com poucas estradas, e uma eventual invasão terrestre necessariamente teria que passar por estradas de Roraima para chegar à Guiana.

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Enquanto o governo brasileiro tenta resolver a questão por meio do diálogo, enviando prepostos para dialogar com representantes dos dois países, o exército brasileiro reforçou o efetivo de militares e enviou veículos blindados ao estado.

Presidentes de Venezuela e Guiana devem se reunir 

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu, durante reunião de líderes do Mercosul, no Rio de Janeiro, que o presidente de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, fosse intermediário do diálogo entre os dois países. Uma reunião entre os três está marcada para a próxima quinta-feira, 14, em São Vicente e Granadinas.

Na conversa com jornalistas, nesta segunda-feira, Múcio afirmou que a manobra de Maduro é “política” e sugeriu que teria como pano de fundo a eleição presidencial, que está marcada para ocorrer em 2024. “Isso é uma manobra política dele. Se fosse perto das eleições eu não me preocuparia muito, mas não vai passar”, disse.

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