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Na briga entre militares e olavistas, Moro escolhe seu lado

Na mira de Olavo de Carvalho, o general Villas Bôas foi classificado como 'modelo de homem público' pelo ministro da Justiça e Segurança Pública

Por André Siqueira Atualizado em 8 Maio 2019, 18h28 - Publicado em 8 Maio 2019, 17h03

Depois dos ataques do escritor e guru da “ala ideológica” do governo, Olavo de Carvalho, ao ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, o ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro escolheu seu lado na briga e saiu em defesa dos militares.

Em audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, 8, Moro classificou o general como “modelo de homem público”. Em outro momento, o ex-juiz acrescentou que, em sua opinião e na de muitos, o ex-comandante do Exército é “um herói nacional”. Villas Bôas recebeu até uma salva de palmas ao chegar à sessão.

Outros parlamentares, como o deputado federal Delegado Waldir (GO), líder do PSL na Câmara, fizeram menções positivas ao general da reserva. “Vossa Excelência é sempre muito bem-vindo”, disse Waldir.

O início da troca de farpas entre Eduardo Villas Bôas e Olavo começou em meio aos ataques do ex-astrólogo ao ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto Santos Cruz. Em sua conta no Twitter, Villas Bôas publicou na segunda-feira 6 que os ataques de Olavo de Carvalho aos militares e às Forças Armadas demonstram “total falta de princípios básicos de educação, de respeito e de um mínimo de humildade e modéstia”.

O general também classificou o guru do governo como “Trótski de direita”, em alusão a um dos principais mentores da Revolução Russa, de 1917, e um dos responsáveis por implementar o regime comunista no país, mas caiu em desgraça ao romper com outros líderes de seu partido, como Josef Stalin.

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Olavo contra-atacou e, em suas redes sociais, afirmou que os militares governistas e Santos Cruz estavam buscando proteção “escondendo-se por trás de um doente preso a uma cadeira de rodas”. Villas Bôas sofre de uma doença neuromotora degenerativa, que leva à perda de mobilidade e problemas respiratórios. Ele usa uma cadeira de rodas para se locomover desde o fim de 2017.

O embate entre as alas militar e ideológica do governo não é nenhuma novidade. Desde o início do governo Bolsonaro, o próprio Olavo de Carvalho criticou fortemente, além de Santos Cruz, o vice-presidente Hamilton Mourão.

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