Não está nada fácil a tentativa de Mourão de virar senador
Após se ver livre da disputa com Manuela d’Avila (PCdoB), que desistiu de ser candidata, vice-presidente da República está atrás de outra adversária difícil
O general Hamilton Mourão (Republicanos) foi descartado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para reeditar a chapa vitoriosa de 2018, mas nem se importou muito: decidiu optar pela disputa de uma vaga no Senado, posto para o qual sempre disse ter o perfil mais adequado — provavelmente achando que teria uma vitória eleitoral tranquila.
Não é o que está acontecendo. Em abril deste ano, ele pontuava atrás da ex-deputada Manuela d’Ávila (PCdoB) – tinha 16% contra 20% da comunista, segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas. No final de maio, Manuela anunciou que desistira da disputa, alegando que a exposição eleitoral a colocava na linha de ataques, ameaças e perseguições, principalmente pelo bolsonarismo.
Mas, mesmo sem a sua principal adversária, a vida de Mourão não melhorou nada. Levantamento divulgado nesta segunda-feira, 4, pelo Paraná Pesquisas mostra que ele continua atrás de uma mulher na disputa, agora da ex-senadora Ana Amélia (PSD), que tenta voltar ao cargo que ocupou entre 2011 e 2019. Segundo a pesquisa, ela tem 26,4% das intenções de voto contra 23,4% de Mourão – a margem de erro do levantamento é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos. Ana Amélia pode integrar a chapa encabeçada pelo ex-governador Eduardo Leite (PSDB), que ainda negocia a aliança em torno do seu nome.
Ana Amélia e Mourão lideram com folga a disputa pela única vaga. Na sequência aparecem o ex-ministro Miguel Rossetto (PT), com 10,6%; o atual ocupante do posto, senador Lasier Martins (Podemos), com 8,7%; o ex-prefeito da capital Nelson Marchezan Jr. (PSDB), com 4,8%; e a vereadora Comandante Nádia Gerhard (PP), que tem 3,8% e também disputa o eleitorado bolsonarista – ela está na chapa do candidato ao governo Luis Carlos Heinze (PP).
Entre os entrevistados, 13,5% disseram que irão votar em ninguém, em branco ou anular o voto e 8,8% não souberam ou não responderam.
A pesquisa foi feita por meio de entrevistas pessoais com 1.540 eleitores de 64 municípios do Rio Grande do Sul e foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o nº RS-07079/2022.