Preso desde o dia 24 de dezembro do ano passado, o gerente de postos de combustíveis George Washington de Oliveira Sousa passou seu aniversário de 55 anos, ocorrido no último dia 25, na cadeia. Réu pelos crimes de explosão e porte ilegal de armas e munições, cujas penas em caso de condenação podem chegar a dez anos de prisão, o paraense de Xinguá agora se diz um homem arrependido de planejar um atentado nos dias que antecederam a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. Além dele, outras duas pessoas foram denunciadas. “Senhor, eu tenho 55 anos de idade, nunca entrei em uma delegacia, dois filhos. O arrependimento é grande. É um negócio surreal na minha vida. Foi tudo um fato isolado”, diz.
Ao todo, Oliveira gastou 160.000 reais para comprar pistolas, fuzis, carabinas, mais de mil munições e cinco bananas de dinamite. Essas últimas custaram 600 reais. Ele chegou a Brasília em 12 de dezembro, trazendo o arsenal em seu veículo, uma Mitsubishi Triton. “A minha ida até Brasília tinha como propósito participar dos protestos que ocorriam em frente ao QG do Exército e aguardar o acionamento das Forças Armadas para pegar em armas e derrubar o comunismo. A minha ideia era repassar parte das minhas armas e munições a outros CACs (colecionadores, atiradores e caçadores) que estavam acampados no QG do Exército assim que fosse autorizado pelas Forças Armadas”, afirmou, assim que foi preso.
Apesar do choro de George, o juiz não se convenceu de que o acusado poderia responder ao processo em liberdade. “As circunstâncias dos fatos indicam que a prisão preventiva ainda é necessária e, em tese, proporcional, já que ainda não é possível afirmar que, em caso de condenação, seria fixado o regime menos rigoroso. Vale ressaltar que primariedade, bons antecedentes, residência fixa e ocupação lícita não constituem óbice à imposição ou manutenção da prisão preventiva”, afirmou o juiz Osvaldo Tovani.
Veja abaixo a íntegra da audiência realizada no último dia 24.
Audiência de George Washington