O périplo internacional de Guilherme Boulos
De olho na prefeitura de SP, líder do MTST arruma as malas para uma série de viagens
Recém-chegado ao Congresso Nacional, após se eleger com pouco mais de 1 milhão de votos, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) prepara uma série de viagens internacionais ainda no primeiro semestre. Sem relação com o seu trabalho parlamentar, mas com sua provável candidatura à prefeitura de São Paulo no ano que vem, o líder do MTST (movimento sem-teto) irá primeiro ao Chile. “Vou no mês que vem dialogar com a prefeita de Santiago, Irací Hassler, sobre as ações implementadas lá de mobilidade e urbanismo”, afirma.
A segunda viagem de Boulos será aos Estados Unidos, mais especificamente para a Universidade de Harvard, onde visitará um centro de estudos de políticas urbanas. Na sequência, o parlamentar irá à Europa. “Vou também a Lisboa conhecer as políticas de lá, assim como as de Paris e Barcelona. Vou conhecer as políticas de redução de distâncias, de reurbanização de centros urbanos. Também verei ações de mobilidade verde, de redução de carbono, de ônibus elétrico. São Paulo parou no século XX”, diz o futuro candidato.
Questionado se as viagens não tornarão seu mandato na Câmara algo secundário, Boulos diz que não, pois as agendas serão realizadas em períodos em que não houver votações no Congresso. “Não vou faltar a nenhuma sessão da Câmara, que ocorrem de terça a quinta. As viagens serão de sexta a domingo. Não vou fazer turismo, ficar uma semana em cada lugar. Farei reuniões políticas e vou conhecer as experiências das cidades sem perder nenhum dia do meu trabalho parlamentar”, afirma.
Enquanto prepara as malas, Boulos traça uma estratégia para convencer as bases do PT na capital paulista a endossarem a sua candidatura à prefeitura. Como mostrou reportagem de VEJA desta semana, mesmo depois de obter a garantia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o PT não terá candidatura própria na cidade em 2024 e o apoiará, o deputado do PSOL terá que construir essa aliança com os líderes locais do partido.