O primeiro grande sinal de alerta para a campanha de Pablo Marçal
Concorrentes têm comemorado os resultados das últimas pesquisas internas
Após semanas celebrando o avanço rápido nas principais pesquisas eleitorais, o candidato Pablo Marçal (PRTB) enfrenta a primeira grande barreira no longo caminho até a prefeitura de São Paulo.
Nos bastidores das campanhas adversárias, circulam pesquisas internas (as chamadas “trackings”) que indicam uma estagnação no crescimento da popularidade do coach, que, até aqui, se deu de maneira meteórica.
Segundo esses levantamentos, Marçal segue muito próximo de Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), mas, aparentemente, vai precisar de fatos novos para ultrapassá-los. Alguns analistas ouvidos pela reportagem de VEJA estimam que o coach pode ter atingido o teto de intenções de votos — a ver. Se a tendência de estagnação persistir, o empresário pode ser forçado a mudar a estratégia eleitoral — marcada por ataques a rivais, deboche e notório vácuo de propostas.
Diante desse cenário, cresce ainda mais o interesse pelas novas rodadas de pesquisas oficiais e registradas no TSE. Na terça 3, está prevista a divulgação da sondagem do Real Big Data. Será a primeira a medir o impacto do horário eleitoral gratuito na corrida à prefeitura de São Paulo.
Disparada nas pesquisas
Nas últimas semanas, Marçal ocupou os holofotes da disputa na capital paulista ao conseguir, apostando primariamente em ofensivas contra os adversários e avalanches de conteúdo nas plataformas digitais, subir de outsider das eleições até o posto de candidato com chances reais de vitória.
Segundo a mais recente pesquisa Quaest em São Paulo, divulgada na última quarta-feira, 28, o cenário é de empate técnico triplo na liderança, entre Nunes, Boulos e Marçal. No dia anterior, foi publicado pelo instituto Veritá o primeiro levantamento até agora que posiciona o coach em primeiro lugar, com 30,9% das intenções de voto contra 21,6% do deputado e 14,2% do prefeito.
Marçal chegou a disparar mais de 5 pontos percentuais em apenas duas semanas em levantamentos do instituto Paraná Pesquisas, na esteira do debate promovido por VEJA, marcado pela ausência de Nunes, Boulos e do apresentador José Luiz Datena (PSDB). A estratégia de evitar o rival e suas táticas de desestabilizar adversários ao vivo revelou-se um tiro no pé pelo trio que, até então, encabeçava a corrida eleitoral na capital.
Briga em debate
As manobras de Marçal para tirar do sério os demais candidatos, estratégia que lhe permite “cortes” de vídeos nas redes com milhões de visualizações, quase rendeu ao coach uma agressão física no domingo 1º, em debate realizado pela TV Gazeta e pelo canal MyNews.
Na noite de ontem, o clima fechou entre Marçal e Datena. O coach desferiu uma sequência de provocações e insultos ao apresentador, chamando o rival de “playboy multimilionário” e alegando que o jornalista só sabe combater o crime organizado “por trás de um teleprompter”. “Ficar mandando pau no PCC aqui é fácil, quero ver você lá na rua, onde o pau quebra. No TP é macho e chama todo mundo de bandido”, disparou o empresário.
Após uma discussão acalorada, em que os microfones dos candidatos chegaram a ser fechados pela organização do debate, Datena deixou o púlpito e avançou até Marçal, gesticulando contra o candidato do PRTB e chamando-o de “antiético e vagabundo”. Depois de alguns momentos de tumulto, o jornalista retornou ao seu local e o debate prosseguiu.