A operação do Ministério Público do Rio de Janeiro que mirou o senador Flávio Bolsonaro, seu ex-assessor Fabrício Queiroz e a ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, entre outros, trouxe à tona o nome do empresário Alexandre Santini, sócio de Flávio na loja de chocolates apontada pelos investigadores como um dos polos de lavagem de dinheiro desviado de salários de servidores do gabinete do Zero Um na Assembleia Legislativa fluminense, a famosa “rachadinha”.
Antes de abrir com Flávio a franquia da Kopenhagen no shopping Via Parque, na Barra da Tijuca, Zona Oeste carioca, em 2015, Santini se aventurou no ramo do comércio internacional. Na Next Global Importação, Exportação e Logística, aberta em 2012, ele era sócio de ninguém menos que ex-técnico da Seleção Brasileira Carlos Alberto Parreira, campeão do mundo em 1994. Também integravam a sociedade um genro de Parreira e da ex-mulher de Santini. As tarefas eram assim divididas: o técnico tetracampeão se encarregava de intermediar contatos; seu genro, William Cavalcante, cuidava da parte jurídica; a ex-mulher de Santini era a expert em comércio internacional e o empresário se responsabilizava pelas finanças.
Segundo o próprio Parreira, Alexandre Santini deixou a sociedade há cerca de seis anos, diante de resultados ruins no início da empreitada da Next Global. “A coisa não saía, não alavancava, não entrava dinheiro, ou entrava uma coisinha ou outra. Então resolveram sair, não houve briga, não houve nada”, relata. O técnico acabou comprando a parte de Santini no empreendimento – ele não revela quanto pagou. A empresa é hoje tocada por Cavalcante, que tem 99% do capital. Parreira, que mantém 1%, garante que o negócio vai bem, obrigado.
O ex-treinador, a propósito, compareceu à inauguração da loja de chocolates de Flávio e Santini, como mostra a foto acima, em que ele aparece ao lado de Jair e Flávio Bolsonaro, o ex-deputado estadual Wagner Montes, morto em 2019, e Alexandre Santini.