Poucas vezes tivemos lados tão díspares na vida pública brasileira quanto o ministro Gilmar Mendes e o PT. Ex-advogado-geral da União no governo Fernando Henrique Cardoso, Gilmar sempre teve posições contrárias aos interesses do partido. Foi ele, por exemplo, quem deu a liminar que impediu a posse de Luiz Inácio Lula da Silva como ministro do governo de Dilma Rousseff (PT), o que manteve o ex-presidente na jurisdição de Sergio Moro, que o condenou no processo do tríplex do Guarujá.
Pois bem, isto agora mudou. No Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde Lula acompanha o julgamento de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), o público presente comemorou entusiasticamente o voto do ministro para aceitar o habeas corpus que impediria a prisão do petista.
Enquanto o voto era exibido em uma TV, o público vibrava: “Olê, olê, olê, olá, Gilmar, Gilmar”. Outro dos presentes chamou o magistrado de “o companheiro Gilmar”. Isso ocorreu mesmo que ele tenha, também, feito críticas ao PT, que na sua visão tem culpa pelo fortalecimento da “mídia opressiva” e “chantagista”, ao opor diferentes setores da sociedade.
Estão presentes militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).
No local, Lula é acompanhado por Dilma, pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e o ex-ministro Miguel Rossetto. Ele deve discursar aos presentes após o encerramento da sessão.
(Com Estadão Conteúdo)