O líder da oposição no Senado, Marcos Rogério (PL-RO), e a líder da minoria na Câmara dos Deputados, Bia Kicis, (PL-SP) anunciaram que vão obstruir, a partir da próxima semana, a pauta das duas Casas. Antes, um grupo de parlamentares leu o “Manifesto em Defesa da Verdadeira Democracia”, em que atacam o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e convocam a população para manifestações no próximo dia 7 de setembro.
“Nós vamos obstruir tudo para que a gente consiga as nossas pautas, e a primeira delas é a admissão aqui no Senado do impedimento do ministro Alexandre de Moraes”, disse Kicis.
O documento lido na porta do Senado também aborda as mensagens trocadas por Moraes e seus auxiliares reveladas pelo jornal Folha de S. Paulo e a suspensão do X determinada pelo Supremo. Segundo o senador Rogério Marinho (PL-RN), os acontecimentos elencados no manifesto são provas de “uma hipertrofia de um Poder sobre os demais”.
Na próxima semana, os parlamentares marcaram para as 16h da segunda-feira, dia 9 de setembro, a entrega de mais um pedido de impeachment de Moraes no Senado — ao menos 40 já foram engavetados pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco. No mesmo dia, o grupo oposicionista na Câmara pretende se reunir para definir quais ações legislativas devem ser tomadas na escalada contra o STF. Entre as propostas ventiladas estão a retomada de projetos que reduzam o poder da Corte e a instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito para investigar ministros.
Pauta cheia
Esvaziada por causa das eleições municipais, a Câmara dos Deputados deve retomar o trabalho com fôlego em novembro e com uma série de pendências a resolver até o fim do ano. Na agenda econômica, a desoneração da folha e parte da Reforma Tributária ainda estão pendentes.
No jogo político, os parlamentares articulam nos bastidores quem será o sucessor de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Casa. O Senado, que também está com os trabalhos em “operação padrão” devido aos pleitos municipais, ainda tem entre os compromissos a sabatina do economista Gabriel Galípolo, indicado por Lula para presidir o Banco Central.