A pesquisa sobre o governo da Paraíba divulgada nesta terça-feira, 23, pelo instituto Real Time Big Data, escancarou a importância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como cabo eleitoral para os candidatos do estado.
Quem lidera a pesquisa estimulada é o atual governador João Azevêdo (PSB), com 29% das intenções de voto. Ele é seguido por Nilvan Ferreira (PL), que tem 15%, pelo senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), com 14%, e pelo deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB), também com 14%. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.
Apesar de seu partido estar nacionalmente coligado com o PT, Azevêdo não tem o apoio local de Lula. O ex-presidente apoia a chapa de Veneziano na Paraíba. E, quando o instituto deixa claro que o petista apoia o senador — na chamada pesquisa induzida –, o emedebista salta para 29%. Azevêdo cai para 25%, enquanto Ferreira, com apoio de Jair Bolsonaro (PL), sobe para 23%.
A diferença é tanta que Azevêdo passou a usar a imagem de Lula em seus materiais de campanha e também deve ceder seu palanque ao ex-presidente no estado. A atitude motivou a campanha de Veneziano a entrar com um pedido no Tribunal Regional Eleitoral do estado tentando impedir a associação entre PSB e PT na Paraíba, que já foi negado.
A favor do atual governador está a aprovação de 51% dos eleitores paraibanos de sua gestão, segundo o mesmo levantamento.
Outros candidatos na disputa, Major Fábio (PRTB) e Adjany Simplício (PSOL) têm 1%. Demais não pontuaram. São 12% de brancos e nulos e 14% que não sabem ou não responderam.
Senado
A corrida por uma vaga no Senado representando a Paraíba segue a mesma lógica da influência lulista. O ex-governador Ricardo Coutinho (PT) lidera as intenções de voto com 28%. Coutinho era do mesmo grupo de Azevêdo (e o elegeu como sucessor em 2018), mas agora seguiu Lula e está na chapa com Veneziano. Sua candidatura, no entanto, está pendente de aprovação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por conta de uma denúncia de desvio de verbas públicas para a campanha — ele chegou a ser preso pela Polícia Federal em 2019.
Atrás de Coutinho estão Efraim Filho (União Brasil), com 17%, Bruno Roberto (PL), que tem 8%, Sérgio Queiroz (PRTB), com 5%, Pollyanna (PSB), que tem 3%, André Ribeiro (PDT) e Alexandre Soares (PSOL), ambos com 1%. São 17% de brancos e nulos e 20% que não sabem ou não responderam.
O Real Time Big Data ouviu 1.500 pessoas dos dias 20 a 22 de agosto, e cadastrou a pesquisa no TSE com o número PB03455/2022.