O PL, partido do senador Marcos Rogério (RO), conseguiu a suspensão da divulgação da pesquisa eleitoral sobre o governo de Rondônia, realizada pelo instituto Real Time Big Data e publicada no último dia 16 de junho. O levantamento, que mostrava Rogério atrás do atual governador Marcos Rocha (União Brasil) — 32% a 18% das intenções de voto, com margem de erro de três pontos para mais ou para menos –, foi considerado não confiável pelo juiz Edenir Sebastião Albuquerque da Rosa, do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia.
Segundo a decisão da Justiça eleitoral, a pesquisa não cumpre as normas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) porque não indicou os bairros percorridos nos municípios durante a realização do levantamento, não apontou a quantidade de eleitores ouvidos em cada cidade e por ser “vago a respeito do nível econômico das pessoas entrevistadas”.
Por isso, de acordo com o TRE-RO, a pesquisa cadastrada no TSE com o número RO-00114/2022 é “nociva ao interesse público” e foi produzida “sem a metodologia científica” exigida. “A ausência desses elementos produz um resultado potencialmente diverso da realidade, prejudicando a formação de opinião dos eleitores acerca da falsa ideia dos índices de aprovação ou rejeição dos candidatos listados”, diz trecho da nota.
Em contato com a reportagem, o diretor do instituto Real Time Big Data, Lucas Thut Sahd, diz que os argumentos colocados pelo PL e aceitos pelo TRE-RO são infundados e que, tão logo o instituto seja notificado juridicamente, irá recorrer da decisão.
“Não se compreende a questão de identificação dos diferentes bairros nos municípios pesquisados, uma vez que a eleição e os candidatos são estaduais. A identificação de bairros – além de não ser exigência legal para eleições estaduais – não produz qualquer alteração nos resultados divulgados. A metodologia científica utilizada segue rigorosamente os dados disponibilizados pelo próprio TSE (…). As informações de gênero, nível social/econômico e todas as demais exigidas pelas normas constam expressamente do registro junto ao TSE. Eventuais questionamentos, sem qualquer fundamento legal, mostram apenas descontentamento com os resultados”, diz nota divulgada pelo instituto.