O policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, que foi preso neste domingo, 8, após admitir ter assassinado o campeão de jiu-jítsu Leandro Lo durante uma festa no Clube Esporte Sírio, na zona sul de São Paulo, já tinha histórico de agressão que levou a punições na corporação. Em agosto do ano passado, ele havia sido condenado em segunda instância no Tribunal de Justiça Militar por agredir um soldado da PM e insultar um colega de farda. Sua pena foi de seis meses de prisão por desacato e outros três por agressão, o que ele cumpriu em regime aberto.
Neste fim de semana, segundo testemunhas, o tenente Velozo sacou uma arma e atirou contra Leandro Lo após uma briga. Ele prestou depoimento à polícia e sua audiência de custódia estava prevista para ocorrer nesta segunda-feira, 8. Lo, oito vezes campeão mundial e um dos maiores nomes do jiu-jítsu brasileiro, chegou a ser levado ao Hospital Saboya, onde foi constatada sua morte.
Em outubro de 2017, a polícia foi acionada durante a madrugada para atender uma ocorrência na casa noturna The Week. O processo informa que Velozo havia se envolvido em uma confusão durante a festa: ele estava acompanhado do primo, que foi espancado por um grupo de pessoas. Ao tentar defendê-lo, Velozo também teria sido agredido antes que a polícia chegasse ao local. Segundo a denúncia, os policiais tentaram conversar com o tenente, que estava “nervoso e exaltado, dificultando o trabalho dos militares”. Um soldado se afastou do tenente e esticou o braço, na intenção de mantê-lo à distância. Foi nesse momento que Velozo deu um soco no braço do soldado e tentou acertar outro em seu rosto.
O tenente estava à paisana, em trajes civis, e mais tarde o soldado agredido contou em depoimento que não sabia que se tratava de um superior hierárquico. O processo ainda narra que o tenente desacatou um colega militar que atendia à ocorrência. A um policial da mesma patente que ele, Velozo teria gritado: “Você é meu recruta; seu covarde, filho da p…”. Ele fez uma referência ao ano em que o colega teria entrado na academia militar, um argumento contra a autoridade do tenente que estava em serviço, mais novo do que ele na corporação. As imagens de uma câmera mostram que o agressor teve de ser contido por um segurança.