Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99

Maquiavel

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Por que eleição para conselhos tutelares mobilizou a direita e a esquerda

Votação para escolha dos conselheiros em todo o país teve participação recorde, segundo estimativa do Ministério dos Direitos Humanos

Por Da Redação Atualizado em 10 Maio 2024, 08h50 - Publicado em 2 out 2023, 15h07
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Apesar de ser facultativa, a eleição para os conselhos tutelares teve participação recorde neste domingo, 1º, segundo estimativa do Ministério dos Direitos Humanos — mais de 56 mil urnas foram utilizadas. Havia 30.000 vagas em disputa pelo país, que viraram motivo de uma grande disputa de cunho ideológico entre conservadores e progressistas, como mostrou reportagem de VEJA.

    A mobilização pelo comparecimento às eleições envolveu caras conhecidas tanto à direita — como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e as deputadas Bia Kicis (PL-DF) e Carla Zambelli (PL-SP) — quanto à esquerda, com nomes como o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP).

    Mas por que houve tanto frenesi ideológico em torno da eleição?

    Os conselheiros são responsáveis por garantir os direitos e a proteção de menores de 18 anos, previstos no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Esses representantes atendem vítimas de violência, abuso sexual e abandono parental, garantem a matrícula e frequência obrigatórias em escolas e creches, a inclusão em serviços e programas de proteção e encaminham para tratamento médico ou psicológico. 

    Continua após a publicidade

    Parlamentares ligados ao bolsonarismo e lideranças religiosas entraram na campanha para eleger candidatos conservadores com a justificativa de que visam a proteção das crianças e adolescentes de uma suposta ideologia de esquerda. O discurso utilizado é parecido com o das eleições de 2022, com argumentos contra a descriminalização das drogas e do aborto, a favor da família e contra a chamada “ideologia de gênero”. Reportagem de capa de VEJA desta semana mostra que a batalha pelos conselhos tutelares ocorre no bojo de uma ampla ofensiva conservadora no país.

    A legislação brasileira autoriza o aborto em casos de risco de vida da mãe, abuso sexual ou anencefalia. Além disso, ter relações sexuais com menores de 14 anos é considerado estupro, mesmo com consentimento. O conselho tutelar não tem permissão para interferir nesses casos. Porém, na prática, conselheiros ligados a igrejas evangélicas têm atuado nesse campo. Em Igarapé-Miri (PA), conselheiras tentaram impedir o aborto legal de uma menina de 17 anos, vítima de violência sexual, segundo reportagem da Agência Pública. Em 2020, a então ministra dos Direitos Humanos Damares Alves agiu nos bastidores e ofereceu benfeitorias ao conselho tutelar de São Mateus (ES) para tentar impedir que uma criança de 10 anos interrompesse a gravidez fruto de estupro, segundo o jornal Folha de S. Paulo.

    Guerra ideológica

    A disputa entre os espectros políticos para a eleição faz parte de uma estratégia para ocupar outros espaços e ganhar visibilidade. Além disso, os conselhos também são considerados um trampolim para quem deseja disputar cargos de vereador ou prefeito em 2024.

    Continua após a publicidade

    A esquerda incentivou a escolha de candidatos considerados progressistas, em uma tentativa de reduzir a representação de conselheiros ligados a igrejas evangélicas e de viés conservador. “Preocupa, e muito, como agiriam conselheiros tutelares fundamentalistas frente a denúncias de racismo religioso, violência de gênero e violência LGBTFóbica”, afirmou a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) nas redes sociais.

    O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, criticou a movimentação da esquerda contra os evangélicos. “Uma campanha promovida por esquerdopatas, ativistas gays, gente que nos odeia, artista vagabundo que debocha da fé cristã, jornalistas, é uma piada”, disse.

    Um grupo de organizações ligadas aos direitos humanos criou um site com a lista de candidatos comprometidos com o ECA, divulgada por influenciadores e famosos de esquerda, como o humorista Gregório Duvivier, a atriz Leandra Leal e a chef de cozinha Paola Carosella.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.