O procurador da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba Carlos Fernando Lima disse nesta segunda-feira que não considera uma boa ideia membros do Ministério Público e do Judiciário migrarem para o mundo da política. Ele ilustrou a opinião, revelando conversas recentes que teve com o juiz Sergio Moro. “Eu sempre brinco com ele: eu gosto muito de você, mas não votaria no senhor para presidente”, relatou em palestra sobre medidas anticorrupção na Câmara Americana de Comércio (Amcham), na zona sul de São Paulo.
Assim como Lima, Moro também sempre descartou a hipótese de virar político. Institutos de pesquisa eleitoral, no entanto, constantemente colocam o juiz como potencial candidato em razão da sua popularidade com parte da população. “O meu pai foi promotor e deputado [Osvaldo dos Santos Lima] e, até por isso, não sou candidato. Conheço a política e sei o suficiente dela para não querer ser”, afirmou o procurador.
Apesar de não ter pretensões políticas, o procurador costuma criticar medidas em discussão no Legislativo em suas palestras e publicações no Facebook. Nesta segunda-feira, por exemplo, ele criticou as propostas aprovadas na última semana na comissão especial da reforma política da Câmara, entre elas a que muda o sistema eleitoral de proporcional para o “distritão” e a que cria o fundo de 3,6 bilhões de reais para financiar campanhas eleitorais.