‘Psicopata’, pedido de prisão e pior que Lula: os discursos contra Moraes
Pedido de impeachment do ministro e ataques às decisões dele no STF deram o tom da manifestação deste sábado
Se quando o ex-presidente Jair Bolsonaro convocou a manifestação deste 7 de Setembro na avenida Paulista o objetivo era pedir anistia aos presos do 8 de Janeiro, na prática, o tom foi outro. Embora os chamados “presos políticos” tenham entrado no discurso dos que falaram sobre o carro de som nesta tarde, o principal mote foram os pedidos de impeachment e os adjetivos pouco elogiosos ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O próprio Jair Bolsonaro, que havia adotado um tom comedido sobre o magistrado nas manifestações de fevereiro, voltou a dizer neste sábado que as eleições de 2022 fora fraudadas e tiveram a intervenção direta de Moraes. Ele disse que o ministro é um “ditador” e que estaria fazendo mais mal ao Brasil que o governo petista. “Espero que o Senado Federal ponha um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador que faz mais mal ao Brasil que o próprio Luiz Inácio Lula da Siva”, disse o ex-presidente.
Um dos organizadores do evento, o pastor Silas Malafaia, que já havia dito em entrevista a VEJA que a principal bandeira do ato seria o pedido de impeachment de Moraes, foi além e pediu a sua prisão. “Vai chegar a hora de Alexandre de Moraes prestar contas. Ele é um ditador de toga. O inquérito de 8 de Janeiro é uma farsa dele para produzir perseguição política. Ele censurou gente. Estou mostrando artigos da constituição que ele rasgou”, disse o religioso. Em seguida, ele complementou: “ele não merece só o impeachment. Ele tem que ir para a cadeia. Lugar de criminoso é na cadeia”.
Outro político que foi voraz nas declarações contra o ministro foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente. Ele comparou o magistrado a um “psicopata” por causa das decisões em que puniu os manifestantes dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro. “Um psicopata é capaz de separar uma mãe de um filho sem qualquer remorso”, disse Eduardo, que puxou um coro de “fora Xandão”.
Diferentemente do que aconteceu em fevereiro, os manifestantes deste sábado foram liberados para levarem cartazes contra Moraes e contra o ministro. Pedidos de impeachment e de fechamento do Supremo inundaram a avenida Paulista durante a manifestação deste sábado.