Preso há duas semanas de forma preventiva, o jogador de futsal Bruno Lopez de Moura é apontado pelo Ministério Público de Goiás como o principal líder da quadrilha que manipulou jogos das Séries A e B do Brasileirão de 2022. De posse de informações previamente acertadas com jogadores que faziam parte do esquema, BL, como é conhecido, fazia apostas em sites especializados para ganhar o máximo de dinheiro possível. Entre as jogadas combinadas estavam o cometimento de pênaltis e faltas que resultassem em cartões amarelos e vermelhos.
Como mostrou reportagem de VEJA publicada na edição desta semana, pelo menos vinte partidas, sendo seis da divisão principal, estão sob análise. Os clubes, assim como as empresas que fazem as apostas, são tratadas como vítimas do esquema.
Proprietário da BC Sport Management, juntamente com sua esposa, Camila da Silva Motta, também investigada, BL começou a aliciar atletas em meados de 2022, segundo as investigações. Seu nome foi parar no MP goiano depois que o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo de Carvalho, ficou sabendo que um de seus atletas, conhecido como Romário, havia contraído uma dívida oriunda de apostas esportivas. “O Bruno me ligou e disse que teria organizado com Romário e atletas de outros dois clubes uma combinação de resultados que favorecesse uma aposta específica. A combinação seria o cometimento de pênaltis no primeiro tempo de três jogos (Sampaio Corrêa x Londrina, Tombense x Criciúma e Vila Nova x Sport)”, afirmou Hugo aos promotores.
O negócio não deu certo porque Romário cooptou um terceiro jogador, mas o atleta, apesar de receber 10.000 reais adiantados, não cometeu o pênalti. O “prejuízo” estimado pelo bando foi de 500.000 reais, valor que passou a ser cobrado dos dois envolvidos.
Além de ser apontado como o comandante da organização criminosa, Bruno Lopez é acusado de falsificar uma carta de apresentação de um diretor do Corinthians para que um garoto agenciado por ele pudesse treinar no time paulista. O caso foi descoberto e virou um inquérito policial. Recentemente, uma perícia realizada pelo Instituto de Criminalística constatou que a assinatura foi forjada.
Na última quarta-feira, 2, a defesa de BL entrou com um pedido de habeas corpus na Justiça goiana, mas a solicitação foi negada.
Em depoimento,
Trata-se de atuação especializada visando o aliciamento e a cooptação de atletas profissionais para, mediante contraprestação financeira, assegurar a prática de determinados eventos em partidas oficiais de futebol e, com isso, garantir o êxito em elevadas apostas esportivas feitas pelo grupo criminoso em sites do ramo, como https://www.bet365.com e https://www.betano.com. O grupo se vale, ainda, de inúmeras contas de terceiros para aumentar seus lucros e registra a atuação de intermediadores para identificar e fornecer contatos de jogadores dispostos a praticar as corrupções