Tarcísio puxa coro ‘volta Bolsonaro’ e pede anistia pelo 8 de Janeiro
Governador discursou ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro em trio elétrico na avenida Paulista e falou em defesa da liberdade
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) subiu no palanque ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro na manifestação do 7 de setembro na avenida Paulista neste sábado e fez um discurso forte sobre a liberdade de expressão, pedindo anistia aos presos pelo 8 de janeiro. Ele teceu críticas indiretas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), usando um tom mais sutil do que outros correligionários — como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que comparou o margistrado a um ‘psicopata’.
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“A liberdade é um árvore frondosa. Se essa árvore morre, os frutos morrem. Se os frutos morre, morre o nosso futuro. A gente não pode deixar o nosso futuro morrer. Não podemos perder o que é mais caro para nós, que é a nossa liberdade”, disse o governador, que complementou em seguida “quanta saudade eu tenho do período do presidente Bolsonaro”.
Ele criticou Alexandre de Moraes de forma indireta, dizendo que o ex-presidente, mesmo quando atacado, nunca “transigiu com a liberdade”. “Quanta crítica o presidente recebeu naquele período? Quantas vezes foi maltratado, injustiçado e, mesmo assim, nunca transigiu com a liberdade. Jamais tirou do ar qualquer veículo que fosse. Tem uma diferença da nossa postura para a postura dos outros”, disse Tarcísio.
Para os manifestantes presos pelos atos antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023, o governador voltou a pedir a anistia. “O Congresso pode nos dar esse remédio político.” Tarcísio disse em várias entrevistas que, na sua avaliação, não houve tentativa de golpe pelos manifestantes que invadiram as sedes dos Três Poderes.
No final do seu discurso, Tarcísio puxou um coro de “volta Bolsonaro” e foi acompanhado pelos manifestantes. Ele chegou ao ato acompanhado do ex-presidente e do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que é candidato à reeleição e que tem seu apoio na campanha. Nos bastidores, o governador teria manifestado um certo incômodo com Bolsonaro pela falta de diálogo sobre a organização do ato deste sábado.