“Oi, Lara, tudo bem? Você sabia que foi aprovada em medicina na USP?”, perguntou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) a uma aluna da rede estadual nesta sexta, 26, após a divulgação dos primeiros resultados do Provão Paulista. Criado pela atual gestão, o exame serve para avaliar o ensino e ofertar vagas diretas em universidades públicas paulistas, como USP, Unicamp e Unesp, em uma espécie de vestibular próprio. Foram 15.369 matrículas abertas neste ano.
Lara e Gabriel são a materialização de onde queríamos chegar quando fizemos o Provão Paulista. Dois dos nossos estudantes da rede estadual que acabaram de ser aprovados em medicina pela Universidade de São Paulo!
Eles fazem parte da nossa rede de alunos que, com o provão, passa… pic.twitter.com/TgScMIroYg
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) January 26, 2024
“Parabéns pelo resultado, pelo trabalho, pelo estudo, pelo mérito e pelo esforço. Já tem ideia do que pretende fazer, que especialidade vai querer seguir?”, emendou o governador na conversa feita por vídeo com Lara Sousa Christofaro, de Presidente Prudente, para reforçar a importância da iniciativa e anunciar que o projeto será ampliado. O reitor da USP, Gilberto Carlotti Júnior, anunciou nesta sexta que estuda ampliar o número de vagas oferecidas das atuais 1.500 para 2.000.
“Estou extremamente feliz e orgulhoso em poder ver o sorriso de vocês hoje. O provão já começou a realizar o sonho de muita gente. Que o futuro de cada um seja brilhante!”, escreveu Tarcísio nas redes sociais em post que traz as chamadas feitas aos estudantes. Além de Lara – que respondeu ter a intenção de se formar em psiquiatria infantil -, o governador conversou com Gabriel Oliveira Fernandes, aluno do período noturno de Mauá que também foi aprovado em medicina na USP e na Unicamp.
Apesar das vagas ofertadas e do “orgulho do governador”, o Provão Paulista foi bastante criticado ao longo de 2023 pela forma como a rede preparou os estudantes – por meio de aulas digitais bastante contestadas e carga horária reduzida de algumas matérias. Também houve reclamações relacionadas aos horários das provas (em turnos diferentes das aulas) e vazamento do tema da redação na véspera. Mas, segundo o governo, sem prejuízo aos demais.
Adesão alta
Pela manhã, o secretário estadual da educação, Renato Feder, afirmou que mais de 180 mil estudantes participaram de todo o processo do provão. O número, segundo a pasta, é 3,5 vezes maior que o de alunos da rede que se inscreveram nos vestibulares tradicionais das universidades do estado.
Segundo Carlotti, entre os 52 358 alunos inscritos nos vestibulares da Fuvest, Unesp e Unicamp em 2023, há estudantes que prestaram mais de um processo seletivo, além dos estudantes já formados em anos anteriores na rede estadual e que continuam pleiteando uma vaga. “A média de tempo de cursinho é de quatro anos para ingresso na Fuvest. Com o Provão Paulista, nós estamos buscando e valorizando esses talentos da escola pública”, comemorou.